28 de maio de 2011 | 00h00
O PMDB ficou irritado com o "jeito de guerra de fim de mundo" com que a própria presidente encarou a votação do Código Florestal.
Essas lideranças dizem que Dilma errou no cálculo político ao tomar a unidade do PMDB e demais partidos da base aliada na votação do salário mínimo, em fevereiro, como exemplo que se repetiria em outras sessões do Congresso.
O pior erro, porém, foi não ter enxergado que havia muito espaço e tempo para negociar e votar. "O Código Florestal não é nem o pré-sal nem o salário mínimo", resumiu um ministro do PMDB.
Lideranças do PT e até o vice-presidente, Michel Temer, alertaram o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, para a "desnecessidade" de transformar a votação do Código Florestal, na Câmara, em "uma votação definitiva".
Para espanto dos peemedebistas, os líderes do PT se revezaram na tribuna prenunciando, em um ritual de emulação parlamentar, que estava a caminho uma derrota do governo.
Na visão dos líderes do PMDB, a presidente Dilma nunca abriu uma negociação para contornar os problemas entre os aliados, "apenas disse o que admitia ou deixava de admitir".
"Isso não é negociação", avaliou ontem para o Estado um peemedebista. Diante da dificuldade para chegar a um consenso, muitos deputados, de todos os partidos da base, lembraram que era preferível não transformar a votação da Câmara em um "jogo de tudo ou nada", levando a negociação para o Senado.
Até porque, desse jeito, com as mudanças feitas pelos senadores, os deputados não ficariam alijados do processo. A negociação no Senado teria, obrigatoriamente, de contemplar os deputados - uma vez que as mudanças eventualmente introduzidas pelos senadores precisarão ser referendadas pela Câmara.
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