
24 de março de 2011 | 00h00
Ao cobrar de Palocci as razões para a ausência de ministros do PMDB no encontro com o presidente americano Barack Obama, no sábado, o vice-presidente Michel Temer quis marcar posição. Não poderia deixar o fato passar em brancas nuvens. Logo que Dilma foi eleita presidente, Temer também reclamou da falta de assento para o PMDB no primeiro encontro da equipe de transição. Deu certo: foi escalado coordenador político do time, embora quem desse as cartas fosse mesmo Palocci.
Agora, até petistas admitem, em conversas reservadas, que Temer está sendo escanteado no governo. Não é só: avaliam que Dilma terá de fazer concessões mais à frente, se quiser manter unida a coalizão até 2014. Sob o argumento de que a política é feita de sinais, correligionários dos mais variados partidos observam que a presidente tem deixado antigos aliados "na chuva" e pode receber o troco na próxima curva, em votações importantes no Congresso. Além do PMDB, o PC do B velho de guerra e até a ala dos parlamentares do PSB integram a lista dos insatisfeitos.
Por enquanto, tudo é lua de mel diante das câmeras e Temer fez apenas uma ironia ao propor, na festa dos 45 anos do PMDB, que seu partido lance um candidato à Presidência, ganhe a eleição e não indique ninguém para o governo. Mais adiante só o tempo dirá.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.