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Perícia apura negligência na fuga de preso em Hortolândia

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma perícia feita Polícia Técnica de Campinas apontou que houve negligência durante a fuga de Cristiano Nascimento de Faria, o Cris, do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Hortolândia, em janeiro deste ano. Cris, que continua foragido, é membro da quadrilha de Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, preso em São Paulo. O relatório da Polícia Técnica deverá ser concluído nas próximas semanas. Cris fugiu com outro integrante da quadrilha de Andinho, Rubens Pereira da Silva, o Rubão, e mais quatro presos. Um foi recapturado antes de chegar à estrada, atrás do presídio. Silva acabou novamente detido algumas semanas depois. Cris é acusado também de ter participado do assassinato do prefeito Antonio da Costa Santos, em 10 de setembro do ano passado. Era dele o Vectra prata clonado supostamente usado na abordagem ao prefeito. Os seis presos teriam usado cordas para escalar um muro interno e a muralha de sete metros do presídio. Segundo a perita criminal Ana Cláudia da Fonseca, foi feita uma reprodução da fuga. Com a ajuda de um praticante de rapel, a perícia cronometrou as duas escaladas e analisou o campo visual das guaritas dos CDP. Ana Cláudia constatou que seria impossível os bandidos fugirem sem serem vistos pelos policiais, que deveriam estar nas guaritas. "Não tem como não ver", resumiu. Ela preferiu não se manifestar sobre o que pode ter ocorrido. "Se houvesse policial na guarita, ele teria visto. Se estava lá ou não e porque não estava, isso será apurado nas investigações", alegou. Há uma versão de que a quadrilha de Andinho teria pago, entre US$ 60 e US$ 80 mil para que a fuga de Cristiano fosse facilitada. Na época, o diretor do CDP, Arnaldo Pereira de Souza, e outros dois policiais foram afastados para a investigação do caso. Foi aberta uma sindicância, acompanhada pelo Ministério Público. Ana Cláudia explicou que o relatório da Polícia Técnica será anexado à sindicância. O promotor da Vara de Execuções Criminais de Campinas, Hebert Teixeira, que acompanha os trabalhos, não foi encontrado para comentar o assunto. Mas ele já havia divulgado que houve negligência no caso. Depois de concluída a sindicância, o resultado deverá ser encaminhado à Secretaria de Administração Penitenciária do Estado.

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