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Periferia ganha seu próprio aplicativo de transporte

Motorista da Brasilândia cria startup que atende área considerada de alto risco pelos apps tradicionais

Por Luiza Pollo
Atualização:

“Tem cliente que nunca entrou num carro.” A frase de Alvimar da Silva coloca em perspectiva a relevância do serviço que ele oferece – transporte de passageiros. Batizada de Jaubra, a empresa atende por telefone, WhatsApp e em breve num aplicativo próprio, na Brasilândia, zona norte de São Paulo. Apesar de ser um dos distritos mais populosos da cidade, a região não está no radar dos aplicativos tradicionais por ser considerada zona de risco.

Jaubra.Com tanta demanda por corridas, motorista criou serviço na região Foto: Werther Santana/Estadão

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“Começamos três anos atrás. Eu era motorista de aplicativo e, em vez de atender à área central, eu já saía de casa com chamadas.” Eram tantas, que Alvimar começou a repassar para colegas. Foi aí que surgiu a ideia de montar uma cooperativa. Quando se deu conta, Alvimar, com quase 50 anos de idade, tinha criado uma startup. “Se eu tivesse que estudar para lançar esse projeto, acho que não teria feito. Quando ouvi falar de B2B, business plan, falei: tô no lugar errado”, disse, aos risos.

Aline Landim, filha de Alvimar, foi a primeira investidora da empresa. Ela conta que percebeu a oportunidade de negócio e deixou seu emprego para apostar no Jaubra. Deu certo. O projeto recebeu diversos prêmios e já tem fila de motoristas esperando para se cadastrar.

A Jaubra continua sob os cuidados de Alvimar e seus filhos, mas em breve lançará um aplicativo próprio. A empresa, “xodó da Brasilândia”, como define Alvimar, pretende continuar atendendo a quem precisa de transporte e não consegue acessá-lo por outros meios. 

O empresário vai manter o serviço de atendimento por telefone e WhatsApp para não excluir os que não sabem mexer no aplicativo. “O valor do nosso trabalho é social”, reconhece. 

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