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Perueiros fazem protesto em frente à Câmara

Por Agencia Estado
Atualização:

O protesto dos perueiros contra a decisão da Prefeitura de só permitir a atuação de veículos vinculados a cooperativas, a partir do segundo semestre, não foi suficiente para convencer o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, a modificar as regras da licitação, que têm prazo final para a entrega de propostas no dia 18 de fevereiro. De acordo com Tatto, o novo sistema de transportes prevê alteração dos itinerários e da forma de remuneração dos perueiros, tornando impossível a negociação individual, como quer a categoria. "Não haverá mudança das normas e nem prorrogação de prazos. Escolhi contratar pessoas jurídicas por questões operacionais", disse. O secretário descartou o argumento da categoria de que as mudanças devem provocar desemprego. "Esse é um problema que não me diz respeito. Quem ficar desempregado deve procurar o Márcio Pochmann. Ele tem vários programas de recolocação profissional", afirmou, referindo-se ao secretário municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade. Tatto ainda prometeu punir os perueiros que participarem de manifestações. "Se ficar provado que a falta de veículos no sistema prejudicou a população, eles podem até ser descredenciados." Nesta terça-feira, cerca de mil perueiros saíram em carreata da Praça Charles Miller, e se concentraram em frente da Câmara Municipal, na região central. Os veículos ficaram estacionados em ruas próximas, prejudicando o trânsito. "Estão querendo acabar com a categoria. Os perueiros surgiram como autônomos e querem continuar assim", queixou-se o presidente do Sindilotação, José Célio dos Santos, que promete novos protestos para esta quarta-feira. "As cooperativas são empresas disfarçadas, que exploram os trabalhadores." No fim da tarde, uma comissão de perueiros foi recebida pelos vereadores Dalton Silvano (PSDB) e Arselino Tatto (PT), presidente da Casa, que prometeram interceder em favor deles. "Acho que faltou bom senso e informação ao secretário dos Transportes. A lei diz que as cooperativas são facultativas e não obrigatórias", disse Silvano. "Vou pedir uma audiência com o secretário dos Transportes para tentar achar uma solução", garantiu Tatto. Atualmente, a cidade conta com cerca de 6 mil perueiros cadastrados, mas o novo modelo prevê a contratação de menos de 5 mil. O contrato para a operação de 8 lotes de linhas, durante 7 anos está avaliado em R$ 2,8 bilhões e prevê a substituição das peruas por microônibus e o repasse de parte da tarifa para o município. Para o advogado Bension Coslovsky, que representa a Transcooper, uma das maiores cooperativas de perueiros, a mudança é bem-vinda. "É uma forma de organizar a categoria e melhorar o atendimento."

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