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Pescador terá alta em 10 dias

Rapaz se feriu com próprio arpão durante mergulho

Por Talita Figueiredo
Atualização:

Uma fisgada, uma forte queimação no rosto e um grande medo de morrer. Foi o que sentiu o pintor de carros e mergulhador Emerson Abreu, de 36 anos, quando teve o crânio perfurado pelo próprio arpão quando fazia pesca submarina no domingo, na Ilha do Governador, zona norte do Rio. Ele segue internado no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Saracuruna (Baixada Fluminense), onde passou por apenas uma cirurgia, que durou uma hora e meia. A parte externa do arpão foi cortada para que ele pudesse entrar na tomografia. Dos 70 cm de haste, 25% estava dentro do crânio. Segundo o diretor da unidade, Manoel Moreira, a evolução do paciente é satisfatória e, até agora, não há sequelas. "Por milímetros" o arpão não atingiu o globo ocular. Ele está fazendo uso de antibióticos para evitar infecções e deve receber alta em até dez dias. Segundo o médico, deve levar uma vida normal. A seguir, os principais trechos da entrevista dada pelo mergulhador no hospital. ACIDENTE "O arpão foi disparado em direção a um peixe, bateu em uma pedra, voltou e atingiu minha cabeça. Meu colega estava bem distante de mim. Eu creio que não tem possibilidade de ter sido o arpão dele. Senti muita dor quando saí da água. Queimava muito a minha face." MEDO Com certeza (pensei que ia morrer). Pensei que os hospitais não teriam recursos para me socorrer. Eu estava muito nervoso. Segurei a flecha e um rapaz me levou até a maca e depois ao veículo dele. Graças a Deus surgiu esse hospital aqui (Adão Pereira Nunes), que me deu apoio, tinha recursos muito bons. SEQUELAS Nem pensei nisso. Na hora, pensei em tirar a flecha da cabeça, mas o pessoal que estava me dando assistência orientou a não fazer isso. Agora, consigo fazer sozinho todos os movimentos. Já tomo banho, transito no corredor, faço refeições sozinho. RECUPERAÇÃO Primeiro, tenho de agradecer a Deus. Depois, à direção desse hospital. O pessoal tem sido tudo de bom. A sensação é pensar só em Deus. Tenho de agradecer muito por esse livramento. FUTURO Penso em batalhar e trabalhar para garantir o sustento da minha família. Desde os meus 15 anos eu pesco. Minha família toda é de pescadores. É horrível ver sua família desesperada. Pescaria nunca mais.

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