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Pesquisa aponta extremos sociais no Estado de São Paulo

Por Agencia Estado
Atualização:

São Paulo é um Estado de extremos sociais onde cerca de 10% de sua população (3,6 milhões de pessoas) está concentrada em áreas de alta concentração de pobreza e cerca de 7% (2,5 milhões de pessoas) se concentra nas áreas mais ricas. Os dados fazem parte do Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS), divulgado nesta quarta. A pesquisa foi encomendada pela Assembléia Legislativa do Estado à Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e deverá servir de parâmetro para o estabelecimento de políticas sociais no Estado. Segundo o presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, Sidney Beraldo (PSDB), o IPVS vai auxiliar o desenvolvimento de políticas públicas, capazes de diminuir as desigualdades sociais no Estado. "Temos o compromisso de aplicar bem o dinheiro público que vem dos impostos", argumento. Na opinião da diretora-executiva da Fundação Seade, Felícia Madeira, "o Brasil é um País injusto e São Paulo é um Estado injusto", pois existe muita riqueza, mas também muita pobreza. Para ela, o IPVS traduz com muita precisão os extremos sociais existentes no Estado. Foram identificados seis grupos: nenhuma vulnerabilidade (grupo 1), vulnerabilidade muito baixa (grupo 2), baixa (grupo 3), média vulnerabilidade (grupo 4), alta vulnerabilidade (grupo 5) e vulnerabilidade muito alta (grupo 6). Os dados mostram que cerca de 14 milhões de pessoas vivem em áreas referentes aos grupos 4 e 5 (de média e alta pobreza). Se somado a estes o número de pessoas que vivem nas áreas de vulnerabilidade muito alta (do grupo 6), dá o equivalente à metade da população do Estado, que é de cerca de 37 milhões. O grupo 1 reúne 2,5 milhões de pessoas e o restante da população está nos grupos 2 e 3. A análise da região metropolitana, onde vivem cerca de 17,8 milhões de pessoas em 39 municípios, mostra que ela é a segunda mais bem posicionada no indicador de riqueza. Apesar disso, encontra-se no 12º lugar em relação à longevidade e no 11º em escolaridade. "Há áreas com completa urbanização e outras totalmente desprovidas de serviços básicos; condomínios de luxo são vizinhos de favelas, existem pólos de serviços de saúde de alta complexidade que, no entanto, não estão ao acesso de todos. Enfim, a região mais rica do Estado também é a mais complexa", diz a Seade.

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