04 de fevereiro de 2011 | 00h00
Na tentativa de brecar a abertura de Comissões Parlamentares de Inquérito incômodas ao governo, setores do PT estão estimulando a formação de CPIs de assuntos com potencial político baixo. A estratégia é preencher a cota de funcionamento de cinco comissões simultâneas na Câmara, como permite o regimento. Ao mesmo tempo, parlamentares em busca de holofotes estão recolhendo as 171 assinaturas necessárias para a instalação de uma CPI.
Até ontem à noite, nenhum pedido havia sido protocolado na Câmara, mas o deputado de primeiro mandato Weliton Prado (PT-MG) disse que já tinha o número regimental para uma CPI que busca investigar desvio de dinheiro do DPVAT, o seguro de danos pessoais obrigatório pago em caso de acidentes de trânsito. Antes de formalizar o pedido de CPI, o deputado pretendia conversar com o seu partido.
O deputado Tiririca (PR-SP) foi um dos primeiros a assinar o pedido de CPI do colega mineiro. O parlamentar mais votado do País precisou comprovar na Justiça que sabia escrever para poder assumir uma cadeira na Câmara, em processo movido pelo Ministério Público.
Furnas. A CPI para investigar as denúncias de irregularidades em Furnas está fadada ao esquecimento. O pedido anunciado pelo deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA) ficou sem apoio de governistas e de oposição.
"Nós precisamos investigar os preços e os maus serviços prestados pelas operadoras", afirmou o deputado João Carlos Bacelar (PR-BA). Ele citou o caso de seu Estado, no qual um problema na central de uma das companhias vem prejudicando o acesso à internet, o uso de cartões de crédito, que precisam do sistema telefônico, e deixando a população sem telefone.
Desde que tomou posse, na terça-feira, Bacelar está recolhendo assinaturas para a CPI. Nenhum dos lados quer remexer na caixa preta da empresa estatal.
Deputados pretendem recolher assinaturas para instalar uma CPI para investigar o consumo excessivo de bebida alcoólica, desastres naturais e para apurar supostas irregularidades no sistema de telefonia no País.
O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), demonstrou que não está satisfeito com a estratégia de abarrotar a lista de CPIs defendida por parte dos petistas. Na próxima terça-feira, ele vai pedir aos líderes aliados que parem com essa corrida em busca de assinaturas.
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