PF descobre refinaria de coca no Rio

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Polícia Federal localizou ontem, após dois anos de investigação, uma refinaria de cocaína no município de São João da Barra, no litoral norte do Rio. De acordo com a PF, é a primeira refinaria de grande porte descoberta na região Sudeste. Foram presas cinco pessoas - um químico, dois donos de agências de automóveis, um acusado de distribuir a droga e Marcos Cardoso da Costa, o Kiko, acusado de comandar o tráfico em Campos, no norte fluminense. A operação foi chefiada pelo delegado Carlos Pereira Silva, titular da PF em Campos. Segundo ele, a pasta de coca era produzida na Bolívia e entregue a traficantes no Paraguai, em troca de carros da agência, que funcionava como fachada. No laboratório, disse Silva, cada quilo da pasta era transformado em cinco quilos de cocaína. A refinaria funcionava em uma casa no distrito de Chapéu do Sol. A capacidade diária de produção, de acordo com o delegado, era de pelo menos 20 quilos da droga. No local, foram encontrados quatro quilos de cocaína, uma balança de precisão, um liqüidificador industrial e material usado para refinar a droga, como ácido bórico. "Invadimos o local na madrugada de domingo, após dois anos de investigação. É a primeira vez que se descobre um laboratório desse porte na região Sudeste", disse Silva. O delegado afirmou que os traficantes locais têm ligações com criminosos do Rio de Janeiro. "As quadrilhas estão loteadas e vinculadas com facções do Rio, como o Terceiro Comando. O refino de coca mostra que os traficantes estão cada vez mais articulados." As investigações que levaram à descoberta começaram há dois anos, quando duas pessoas foram presas com dois quilos da pasta, em Campos. Ontem à tarde, a PF ainda procurava outros acusados. Os cinco - entre eles o químico Marcus Vinícius de Paula - foram presos em flagrante na casa de praia, região que fica praticamente deserta fora do verão.

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