PF faz operação contra tráfico de drogas em quatro Estados

Entre os principais crimes praticados pela quadrilha internacional o estão o tráfico internacional de drogas, a associação para o tráfico e a lavagem de dinheiro

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Polícia Federal realiza nesta terça-feira, 13, a Operação Naciente, que tem como objetivo desmontar uma quadrilha internacional de tráfico de drogas. Cerca de 150 policiais cumprem 31 mandados de prisão e 16 de busca e apreensão no Amazonas, Minas Gerais, Roraima e Santa Catarina. Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara da Justiça Federal no Amazonas. Entre os principais crimes praticados pelo grupo estão o tráfico internacional de drogas, a associação para o tráfico e a lavagem de dinheiro. As investigações começaram em 2005, depois que a Polícia do Reino Unido comunicou às autoridades brasileiras a prisão de um cidadão inglês na Bélgica portando cocaína. Segundo a apuração, o preso faria parte de uma quadrilha que tinha como base o Estado do Amazonas para a prática do tráfico de drogas. Ainda conforme o relatório, a principal função do preso, que vivia no Brasil com o nome falso de Valdomiro da Silva, era preparar o envio da droga para o exterior. Com as informações, a Polícia Federal iniciou um levantamento sobre os integrantes da quadrilha e chegou aos traficantes que eram responsáveis pelo fornecimento da droga para o inglês. Transporte da droga Os policiais descobriram que o bando trazia a cocaína da Colômbia e da Venezuela até Manaus. O transporte da droga era feito de carro pela Rodovia BR-174, principal ligação terrestre entre Boa Vista e Manaus. Outra porta de entrada da droga no País era através da cidade de Santo Antônio do Içá, na fronteira do Brasil com a Colômbia. De lá, o entorpecente era transportado em balsas até a capital amazonense. De Manaus, a quadrilha providenciava o transporte da cocaína para a região sudeste. O tóxico era escondido na lataria de veículos que eram carregados de balsa até Belém ou Porto Velho. Destas cidades, os carros eram levados até a cidade de Contagem, em Minas Gerais, onde o grupo utilizava uma revenda de automóveis como fachada para suas práticas criminosas. Os receptadores da droga, então, faziam a distribuição para traficantes locais, de Estados vizinhos e para o exterior. O pagamento dos carregamentos de entorpecentes era realizado através de depósitos e transferências para contas bancárias de ´laranjas´. A quadrilha também utilizava carros negociados nesta revenda de Contagem como pagamento para a aquisição da cocaína. Ao longo da investigação, a Polícia Federal já prendeu 36 pessoas e recolheu cerca de meia tonelada de cocaína pertencente à quadrilha. Uma das principais apreensões aconteceu em janeiro do ano passado, quando dois espanhóis foram presos no Aeroporto de Manaus com 18 quilos do entorpecente. Já em março, em Coari (AM), seis colombianos foram flagrados com um carregamento de 125 quilos do tóxico que seriam entregues para o grupo. Em Minas Gerais, a PF realizou nos últimos meses duas grandes apreensões nas cidades de Contagem e Três Marias, que totalizaram 54 quilos de cocaína. Seqüestro de bens Do total de mandados de prisão expedidos pela Justiça Federal, 10 terão como alvos pessoas que já estão detidas em presídios do Amazonas, Minas Gerais e Rondônia. Além das prisões e buscas, os policiais que participam da ação desta terça também estão realizando o seqüestro de bens que foram adquiridos com o dinheiro do tráfico de drogas e eram utilizados para dar um ar de legalidade para os negócios. Entre os bens estão estabelecimentos comerciais como panificadoras, frigoríficos, hotéis e até uma lan house. Também foi solicitado à Justiça o bloqueio das contas bancárias utilizadas pela quadrilha. Todos os presos em outros Estados serão levados até Manaus, onde serão apresentados à 3ª Vara da Justiça Federal. O nome Naciente dado à operação é inspirado pela dimensão internacional da organização, além de fazer uma referência ao local onde a cocaína comercializada pela quadrilha era produzida - Venezuela e Colômbia.

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