PF faz operação contra tráfico drogas em seis Estados

Serão cumpridos 85 mandados de prisão temporária; entre os alvos, estão empresários e advogados

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Por Solange Spigliatti
Atualização:

A Polícia Federal iniciou na manhã desta segunda-feira, 19, a Operação Alfa, com o objetivo de desmantelar quatro quadrilhas voltadas para o tráfico internacional de drogas em seis Estados do País. Serão cumpridos 85 mandados de prisão temporária e 89 de busca e apreensão, segundo a PF. Entre os presos estão empresários das áreas de construção civil, turismo, comércio de automóveis, além de advogados. Dos 85 mandados de prisão, 21 são para mulheres envolvidas no tráfico. A PF não divulgou quantas pessoas já foram presas. As investigações revelaram que a droga vinda da Bolívia entrava no País por meio aéreo e terrestre pela região de Cáceres, no Mato Grosso, e Corumbá, no Mato Grosso do Sul. Depois era distribuída para os Estados de São Paulo, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal. Os 174 mandados judiciais, entre buscas e prisões, além de ordens para o sequestro de bens móveis e imóveis e o bloqueio das contas correntes dos investigados, serão cumpridos nas cidades paulistas de Colina, Guariba, Lavínia, Pracinha, Ribeirão Preto, Riolândia, Salto de Pirapora, São Carlos, Sumaré, Tanabi, Uchoa, Urupês, além de São José do Rio Preto. No Estado de Goiás as ações são em Abadia de Goiás, Abadiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Britânia, Corumbaíba e Goiânia. Em Minas Gerais, as equipes de policiais federais atuam em Contagem, Ituiutaba, Santa Vitória e Uberlândia. No Distrito Federal, as ações ocorrem em Taguatinga, Águas Claras, Gama e no plano piloto. No Mato Grosso, há mandados sendo cumpridos em Barra do Garça, Cáceres, Cuiabá, Curvelândia, Porto Jofre, São José dos Quatro Marcos e Várzea Grande, e na Bahia está sendo cumprido um mandado de busca e apreensão em Salvador. As investigações da Operação Alfa começaram em abril de 2007, quando levantamentos da PF em Brasília identificaram que traficantes do Mato Grosso estavam comercializando uma partida de droga com compradores da cidade de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. Como as quadrilhas agiam Segundo a PF, o primeiro grupo, cujos membros são da mesma família, usavam uma empresa de construção civil sediada em Curvelândia, no Mato Grosso, que mantinha obras na região de San Matias, na Bolívia. A droga era ocultada nos veículos da firma para ingresso em território nacional. Uma vez de posse do entorpecente a organização deliberava pelo melhor momento para a revenda a seus associados que atuavam em vários Estados. O segundo grupo se utilizava de duas aeronaves marca Cesna, modelo 210, para o transporte da cocaína da região de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, para os Estados do Mato Grosso e de Goiás, onde o entorpecente era lançado em fazendas da organização. O terceiro grupo atuava na região de Cáceres revendia a droga para São Paulo e o quarto grupo adquiria cocaína em Porto Soares, na Bolívia, via Corumbá, para revenda também no Estado de São Paulo, após processamento em laboratórios clandestinos identificados na região de Uchôa, no interior de São Paulo. Desde o início da Operação foram apreendidos 903 quilos de cocaína em 16 flagrantes ocorridos em vários Estados, que levaram para a prisão 47 pessoas, várias delas hoje já condenadas pela Justiça. Nas ações também foram apreendidas metralhadoras, pistolas, revólveres, munições de diversos calibres, além de petrechos para secagem, mistura e embalagem de drogas.

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