PF investiga caso de estudante morto em Amsterdã em 2002

Corpo do rapaz, que teria levado drogas À Holanda, até hoje não foi localizado

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Justiça Estadual pediu providências à Polícia Federal e ao Ministério das Relações Exteriores para investigar o caso do estudante Lucas Rafael Bega da Cunha, de 22 anos, que morreu em Amsterdã em setembro 2002 e cujo corpo não foi localizado até hoje. Lucas, que morava em São José do Rio Preto, a 440 quilômetros de São Paulo, tinha engolido 80 cápsulas com cocaína, mas conseguiu expelir somente 20 delas ao chegar à Holanda. Sua morte só foi confirmada em maio deste ano, em relato feito à polícia pelo traficante Israel de Oliveira, 27 anos, que o acompanhava. Morador em Rio Preto, Israel contou numa agenda o sofrimento de Lucas ao não conseguir expelir as cápsulas antes de morrer. A agenda foi apreendida pela polícia. O pedido de investigação foi feito pelo juiz da 4ª Vara Criminal de Rio Preto, Emílio Migliano Neto. Segundo ele, o objetivo é localizar o corpo, satisfazer a família de Lucas e alertar a polícia brasileira de que o tráfico feito por jovens que usam o corpo para transportar drogas, continua sendo feito do Brasil para a Holanda. De acordo com o juiz, há informações de que em casos de morte, os corpos são abertos para retirada da droga e dispensados pelos próprios traficantes. No caso de Lucas, segundo o juiz, Israel disse que o deixou próximo de um hospital. "Como nos últimos depoimentos Israel deu informações mais detalhadas e a localização do hospital, estamos tentando esclarecer o caso", disse. Israel é filho de Valdemar de Oliveira, conhecido como o Barão do Ecstasy, preso no final de 2005. Pai e filho lideravam uma das maiores quadrilhas de traficantes do País. O bando buscava cocaína no Peru e levava para a Holanda, de onde trazia comprimidos de ecstasy.

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