Texto atualizado às 16h10
SÃO PAULO - Policiais federais decidiram em assembleia geral realizada nesta quinta-feira, 30, manter a greve nacional, afirma o presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Federal de São Paulo (Sindpolf-SP), Alexandre Sally. A categoria está paralisada há 23 dias e pede reestruturação da carreira.
A assembleia teve a participação de representantes da Federação Nacional dos Policiais Federais (FenaPRF) e dos 27 sindicatos dos Estados brasileiros. Às 15h20 o presidente do sindicato paulista confirmou que a categoria recusa a proposta do governo de reajuste salarial de 15,8%, valor que deve ser fatiado em três parcelas anuais.
"Queremos reestruturação da carreira e o reconhecimento dos cargos de nível superior. Sem isso, a greve continua por tempo indeterminado", afirma Sally ao estado.com.br.
Sally afirma ainda que além de a categoria não aceitar a proposta, aponta que há um impasse político que prejudica as negociações. Segundo ele, o Ministério da Justiça defende a categoria dos delegados da Polícia Federal - também em greve por aumento salarial.
"Reestruturar a carreira dos policiais faz com que o nosso salário se aproxime ao dos delegados e eles não querem isso, dizem que pode interferir na hierarquia da corporação. O Ministério diz que não pode atender as duas categorias, o que atrasa a negociação", diz o presidente do sindicato.
No início das paralisações, os policiais federais realizaram uma série de operações-padrão em rodovias, portos e aeroportos do País, causando atrasos e congestionamentos. Nas ações, o transporte de mercadorias chegou a ficar comprometido em alguns Estados. Na sexta-feira, 17 de agosto, uma liminar foi deferida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) proibindo essas operações.
A categoria integra os cargos de escrivães, papiloscopistas e agentes federais. Além da reestruturação da carreira e reconhecimento dos cargos de nível superior, a Polícia Federal também quer o aumento do efetivo.