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PF pode assumir investigação sobre morte de menina em PE

Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, foi assassinada a facadas durante festa de formatura em Petrolina, no sertão do Estado, em dezembro

Por Monica Bernardes
Atualização:

RECIFE - A Polícia Federal está analisando a viabilidade de entrar na investigação sobre a morte de Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, assassinada a facadas durante festa de formatura em uma escola particular em Petrolina, no sertão de Pernambuco, no dia 10 de dezembro de 2015. Há duas semanas, a presidente Dilma Rousseff, em visita à região, esteve com os pais de Beatriz.

Para que a PF assuma a investigação, porém, é preciso que haja determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que precisa de parecer técnico da PF e requerimento do procurador-geral da República. O pedido para que a PF assuma o caso é apontada como "a única" esperança para que as investigações avancem, segundo familiares da vítima. 

Beatriz Angélica de Mota, de 7 anos, estudava no colégio onde foi morta Foto: Divulgação

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"A família, os amigos, todos estamos arrasados. Precisamos de respostas. Já são mais de dois meses de investigação e nada de concreto aconteceu. O inquérito já ouviu mais de 80 pessoas, mas ninguém foi preso e não temos nenhuma certeza de que isso acontecerá. Estamos falando de um assassinato brutal, de uma criança inocente. Por isso, nossa grande esperança é que a Policia Federal possa trazer as respostas que precisamos. Os pais de Beatriz não estão vivendo. Eles simplesmente sobrevivem os dias, esperando que esse pesadelo tenha um fim", declarou o tio avô de Beatriz, Antônio Ferreira da Silva.

Na semana passada foram divulgadas, pela Polícia Civil de Pernambuco, imagens da garota durante a festa no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora. No vídeo é possível ver Beatriz com a mãe na arquibancada da quadra do colégio e, depois, se afastando sozinha do local. As imagens também mostram amigos e familiares procurando pela menina na escola.

Em depoimento, convidados da solenidade onde o crime aconteceu mencionam a presença de um "estranho", que teria sido visto no banheiro feminino com duas crianças. Cerca de 2,5 mil pessoas estavam no evento. A grande quantidade de convidados circulando no local é um dos fatores que dificulta a investigação.

Imagens feitas nos celulares e pelo fotógrafo que estava trabalhando na festa estão sendo usadas pela polícia. A instituição de ensino não tinha câmeras de monitoramento no local onde a menina foi encontrada morta. A escola só tinha câmeras na portaria, corredores e pátios. Apesar da divulgação do retrato falado, a Polícia Civil não descarta a participação de outros envolvidos no caso.

O delegado responsável pelo caso, Marceone Jacinto, enfatiza que "por ser um caso de grande complexidade, nenhuma linha de investigação foi descartada, inclusive a possibilidade do envolvimento de outros suspeitos". 

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A polícia alerta que a população pode ajudar nas investigações, repassando informações ao Disque-denúncia. Moradores do Recife e região metropolitana devem telefonar para (81) 3421-9595. Para o interior do Estado, o contato é (81) 3719-4545. As denúncias também podem ser feitas pelo site da instituição. A Polícia Civil oferece R$ 10 mil para quem prestar informações que ajudem a encontrar o assassino.

Crime. Beatriz estudava no colégio onde foi morta. Ela era filha do professor de inglês da mesma instituição, Sandro Romildo, e da dona de casa Maria Lúcia Mota. A criança estava com os pais e a irmã no evento. A mãe foi quem notou a ausência da filha. Desesperado, o pai subiu ao palco do ginásio, onde ocorria a festa, e começou a chamar pela filha dele no microfone. Isso aconteceu duas vezes até que todos no local começassem a procurar a menina.

A criança foi encontrada em um local reservado, um depósito de material esportivo desativado, ao lado da quadra de esportes onde acontecia a formatura. Ela tinha dezenas de ferimentos no tórax, membros superiores e inferiores. A arma do crime foi uma faca de cozinha. À época, a polícia descartou a possibilidade de violência sexual.

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