PF poderá investigar morte de advogado no ES

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Polícia Federal pode assumir as investigações sobre o assassinato do advogado Marcelo Denadai, morto com quatro tiros na noite de segunda-feira, em Vila Velha, na Grande Vitória. O conselheiro da Comissão Nacional de Direitos Humanos Humberto Spíndola chegou ao Espírito Santo para acompanhar o trabalho da polícia e fazer um relato da situação ao ministro da Justiça, Miguel Reale Júnior. "Vou conversar com autoridades envolvidas para decidir se é preciso a colaboração da Polícia Federal", afirmou Spíndola. Denadai participou de investigações sobre o crime organizado no Estado e vinha sofrendo ameaças de um juiz federal, segundo informações da família do advogado. Ele já havia escapado de um atentado em 1997. O secretário de Segurança Pública do Espírito Santo, coronel Edson Ribeiro do Carmo, informou que a polícia já tem o nome de "cinco ou seis" suspeitos. Entre eles está um ex-policial militar. Outros já estiveram presos e têm ligações com o crime organizado no Estado. "O Disque-Denúncia recebeu várias ligações de pessoas diferentes. E essas informações estão batendo", afirmou o secretário. Uma das denúncias informa à polícia que o celular de Denadai está sendo utilizado por um dos criminosos. O advogado foi assassinato às 23h15 de segunda-feira, quando caminhava pela Praia da Costa. Carmo estranhou o horário que Denadai escolheu para se exercitar, e o fato de o telefone celular ter sido o único objeto roubado. O secretário acredita que o advogado possa ter sido chamado para um encontro e o criminoso tenha decidido levar o celular para evitar a identificação. "Acredito que em uma semana estaremos pedindo a prisão preventiva dos suspeitos", afirmou. A irmã de Denadai, Maria Aparecida, esteve hoje no escritório do irmão, em busca de indícios de que ele vinha sofrendo ameaças. Ela acusa um juiz federal pelo crime. Maria Aparecida se reuniu à tarde com promotores do Ministério Público Estadual designados para acompanhar o caso. Denadai ficou conhecido no Espírito Santo por defender o ex-prefeito de Cariacica, Cabo Camata, que respondia a processos por desvio de verba pública, e por atuar no caso do desaparecimento do advogado Carlos Batista Freitas.

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