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PF prende 19 em operação contra pornografia infantil

Suspeitos trocavam vídeos e fotos em fóruns online; policiais federais se infiltraram no grupo para descobrir acusados

Por Lucas Azevedo
Atualização:
Foram cumpridos 61 mandados de busca e apreensão e de prisão Foto: Polícia Federal

PORTO ALEGRE - A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira, 22, a segunda fase da Operação Darknet, cujo objetivo é combater uma rede de pornografia infantil na chamada deep web - rede formada por sites não acessíveis por links padrões, que não podem ser localizados por sites de buscas, como o Google. Dezenove pessoas foram presas - 15 em flagrante e quatro por mandado. Ainda foram cumpridos 61 mandados de busca e apreensão em 16 Estados.

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A operação, coordenada pela PF no Rio Grande Sul, foi feita em 37 municípios gaúchos, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão, Pará e Amazonas. Em São Paulo, o trabalho foi feito na capital e em outras oito cidades. Cerca de 300 policiais federais participaram da ação.

Essa operação teve início m 2014, quando mais de 50 pessoas foram detidas. Desta vez, são investigados 67 suspeitos por troca e distribuição de fotos e vídeos com conteúdo pornográfico envolvendo crianças e adolescentes.

“Temos pessoas que apenas consomem esse material. Também pessoas que trocam e, consequentemente, produtores desse tipo de material. Além disso, temos também os abusadores”, explica o delegado Fernando Casarin.

De acordo com o delegado, a PF antecipou o cumprimento de sete ordens judiciais para evitar o possível abuso sexual de crianças nos Estados do Paraná, Rio de Janeiro e Distrito Federal. “Alguns alvos tiveram os cumprimentos de mandados antecipados porque se vislumbrou a possibilidade de se ter um possível abusador.”

Apuração. Estima-se que até 85% do conteúdo da internet esteja na deep web, não acessível pelos links tradicionais. Uma parte desse espaço oculto é a Dark Web, que reúne conteúdos ilícitos ou sigilosos, postados sem que os usuários sejam identificados. 

Os investigadores, segundo a PF, vêm desenvolvendo uma metodologia de investigação e ferramentas para identificar usuários da Dark Web. Os agentes rastrearam e analisaram fóruns de pornografia infantil, usando a infiltração policial para entender como funciona o fluxo da troca de mensagens.

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A arquitetura desse ambiente impossibilita a identificação do ponto de acesso (IP), ocultando o real usuário que acessa a rede. Poucas polícias no mundo tiveram sucesso em investigações na Dark Web, como o FBI, dos Estados Unidos, e a Scotland Yard, do Reino Unido.