PF prende 12 em operação contra fraudes em loterias na web

Quadrilha, que age na internet, é acusada de ter causado prejuízos de cerca de R$ 136 mi aos cofres públicos

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Por Solange Spigliatti
Atualização:

A Polícia Federal e a Receita Federal iniciaram na madrugada desta quarta-feira, 29, uma operação em três Estados para combater o contrabando e a sonegação fiscal praticados por grandes grupos que exploram bingos e jogos de azar pela internet, incluindo jogo do bicho e loterias. De acordo com a Receita, os envolvidos são acusados de terem causado prejuízos de cerca de R$ 136 milhões aos cofres federais nos últimos cinco anos. Até às 10 horas, doze pessoas tinham sido presas.   Onze pessoas foram presas em Pernambuco e outra foi detida no Rio de Janeiro. Na Operação Zebra, agentes da PF cumprem 38 mandados de busca e apreensão e 11 de prisão em Recife, Olinda, Petrolina, onde estão concentrados a maioria dos envolvidos, no Rio de Janeiro e em São Paulo.   Entre os presos está o empresário Carlos Alberto Ferreira da Silva, de 48 anos, dono da rede de loterias eletrônicas Monte Carlo. Outras cinco pessoas também foram presas, sendo quatro funcionários das loterias eletrônicas e a irmã do empresário. Porém, os presos não tiveram os nomes divulgados. A PF apreendeu um helicóptero e um avião de Carlos Ferreira, no Aeroporto Internacional dos Guararapes, que seriam usados no esquema de lavagem de dinheiro.   Os grupos que controlam a exploração das chamadas loterias on-line também são acusados de contrabandear peças utilizadas na fabricação das máquinas caça-níqueis de videobingo. A locação e utilização posterior dessas máquinas também fazem parte dos negócios do grupo.   As investigações identificaram que a organização - a primeira a criar o jogo do bicho pela internet em Pernambuco - tem mais de 450 filiais no Estado. Até o início de 2006 suas lojas operavam sem regularização na esfera municipal e perante o fisco federal.   A Receita constatou também que essas casas de jogos vêm utilizando contabilidade paralela para sonegar impostos e contribuições previdenciárias e trabalhistas, além de "laranjas" nas operações financeiras para ocultar patrimônio.   Texto alterado às 10h35 para acréscimo de informações.

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