A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira, 8, 20 pessoas acusadas de integrar uma quadrilha envolvida em assassinatos com características de crimes praticados por grupos de extermínio. Entre os presos, dez policiais militares, o ex-comandante de policiamento de Fortaleza, coronel Carlos Alberto Serra, empresários, seguranças e um funcionário do Fórum Clóvis Beviláqua. Apenas o nome do ex-comandante foi divulgado. A operação, denominada "Companhia do Extermínio", contou com 155 policiais federais que agiram em conjunto com o Grupo de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estadual e da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará. De acordo com as investigações, a quadrilha agia há quatro anos e seria responsável pela execução de pelo menos 25 pessoas no Ceará. Um dos crimes que está sendo investigado pelo MP aconteceu em 28 de setembro deste ano, quando o preso Rogério Candeias da Silva, que estava sendo levado ao hospital por policiais do serviço reservado, foi executado por dez homens encapuzados. Eles apuram o suposto envolvimento do coronel Serra neste caso. O comandante foi exonerado do cargo após defender, em entrevistas, uma desastrosa ação policial que vitimou turistas que estavam em uma Hilux, também em setembro. O carro dos turistas foi metralhado por policiais. O espanhol Marcelino Ruiz ficou paraplégico. De acordo com a PF, a operação, além de ter o objetivo de prender os integrantes do grupo, busca provas que reforcem a materialidade dos crimes praticados pelo grupo e também a identificação de outras possíveis vítimas. Todos os acusados tiveram prisão temporária decretada pela Justiça.