PF prende 41 acusados de vender drogas ao PCC

Policiais federais cumprem 52 mandados de prisão e 73 de apreensão em oito Estados na 'Operação Aracne'

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Por Solange Spigliatti
Atualização:

Pelo menos 41 pessoas foram presas até as 10 horas desta sexta-feira, 12, durante a Operação Aracne, da Polícia Federal. Eles são acusadas de pertencer a uma quadrilha voltada ao tráfico internacional de cocaína que forneceria cocaína ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Entre os presos está o chefe da quadrilha, que comprava diretamente dos fornecedores na Bolívia. O nome dele não foi divulgado, mas de acordo com a PF trata-se de um empresário que cria gado em uma fazenda na região de Campo Novo do Parecis, no Mato Grosso.  Veja também:PF desmonta quadrilha que vende drogas ao PCC e busca 52 As várias toneladas da droga vindas da Bolívia eram repassadas para outros cinco membros da quadrilha, que as distribuíam para outros traficantes. As investigações que desencadearam a operação começaram no dia 8 de dezembro, quando um dos participantes da quadrilha foi morto por um traficante. Os agentes cumprem os mandados em oito Estados: Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Maranhão, Minas Gerais, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal. Além dos mandados de prisão, os agentes da PF cumprem 73 mandados de busca e apreensão. As prisões foram expedidas pela 5ª Vara Federal, Seção Judiciária de Mato Grosso, em atendimento a uma solicitação realizada pela PF. Prisões Durante as investigações, dez pessoas foram presas em flagrante, além da prisão de outros 17 investigados. Neste período, foram apreendidas aproximadamente 3 toneladas de pasta base de cocaína. Segundo a PF, nos últimos 9 meses o grupo conseguiu efetuar a entrega de, no mínimo, 15 toneladas de pasta base de cocaína, a maioria em São Paulo. Além das prisões e buscas, a Justiça, a pedido da PF, decretou o afastamento dos sigilos bancário e fiscal dos investigados, bem como o seqüestro e indisponibilidade dos seus bens, direitos e valores (imóveis urbanos e rurais, empresas, aeronaves, automóveis, saldos de contas bancárias, dinheiro em espécie, jóias, etc.). Investigação A investigação começou em setembro de 2007 e desmontou um esquema voltado ao tráfico de pasta base de cocaína, que era fornecida à organização criminosa por dois cartéis de narcotraficantes bolivianos. A droga era trazida ao País por avião. A substância era armazenada em diversas fazendas localizadas nos municípios de Campo Novo do Parecis, Tangará da Serra e Nova Maringá, todas em Mato Grosso. Essas cidades funcionavam como entrepostos de cocaína, e, posteriormente, redistribuída para cinco núcleos criminosos que atuavam nos Estados de Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Maranhão, Minas Gerais e no Distrito Federal. A distribuição também era feita por caminhões. A última fase consistia na realização de operações de lavagem de dinheiro, inclusive, com a utilização de grande número de laranjas. Alguns dos investigados praticavam evasão de divisas, segundo a PF.

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