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PF prende 47 por máfia de caça-níqueis

Todas as prisões foram no Sul do País; 11 detidos são policiais

Por Elder Ogliari
Atualização:

Porto Alegre - A Polícia Federal prendeu ontem 47 pessoas e desarticulou seis organizações especializadas na distribuição de caça-níqueis nos três Estados do Sul do País. A operação, batizada de Oitava Praga, mobilizou 400 agentes e não havia terminado até o fim da tarde. Equipes de policiais procuravam mais cinco pessoas para cumprir os últimos mandados de prisão expedidos pela Justiça. Entre os presos estão oito policiais civis, dois policiais militares e um policial federal aposentado. Todos foram transferidos para a delegacia da Polícia Federal de Caxias do Sul, de onde seguirão para o presídio da cidade serrana. Em Bento Gonçalves, um dos envolvidos tentou fugir quando sua casa foi cercada. Sob perseguição, ele deixou o carro cair em um barranco. Conseguiu correr para um matagal, onde acabou sendo preso. Nas buscas, os policiais também apreenderam R$ 400 mil, US$ 5 mil, 20 mil, 30 armas, 30 carros e 50 cheques com valores superiores a R$ 1 mil. Três galpões que serviam de oficina de montagem e conserto de equipamentos foram lacrados em Porto Alegre e Novo Hamburgo. Havia cerca de 550 máquinas dentro deles. Os grupos traziam os componentes do exterior para o Rio Grande do Sul, montavam e colocavam as máquinas em casas de jogo e bares, deixando porcentuais sobre os valores arrecadados com apostas para os donos dos estabelecimentos. Um cálculo da PF indica que os grupos movimentavam R$ 2 milhões por dia. Das 47 prisões, 42 foram feitas em 12 cidades do Rio Grande do Sul. Outras três ocorreram em Curitiba e duas em Florianópolis. Segundo a PF, os acusados serão indiciados por contrabando e descaminho, corrupção ativa e passiva, prevaricação, violação de sigilo funcional, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e, em alguns casos, evasão de divisas.

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