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PF prende 65 em ação contra tráfico

Investigação envolveu 5 Estados e DF; 20 pessoas seguem foragidas

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Por Fausto Macedo e Chico Siqueira
Atualização:

A Polícia Federal deflagrou ontem a Operação Alfa em cinco Estados (São Paulo, Minas, Bahia, Mato Grosso e Goiás) e no Distrito Federal contra o tráfico internacional de drogas e prendeu 65 suspeitos, entre empresários da construção civil, turismo, comércio de automóveis e advogados. Foram cumpridos 89 mandados de buscas e apreensão. Os federais apreenderam em dinheiro R$ 58,5 mil, US$ 3,6 mil e 1.920, além de 42 veículos (20 em São Paulo) e 4 armas. A Polícia Federal busca outros 20 foragidos. A Operação Alfa iniciou o cerco em abril de 2007, quando a PF identificou traficantes de Mato Grosso repassando cocaína boliviana em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo - na cidade, a PF montou a base da grande operação, com a Procuradoria da República. Ao mesmo tempo em que monitorava os líderes da organização, dividida em quatro grupos, a PF deteve 47 suspeitos em quase dois anos de apuração e com eles recolheu 903 quilos de cocaína por meio de 16 autos de prisão em flagrante. O chefe da operação, o delegado federal Frederico Saldanha, informou que um dos presos foi o mecânico de aeronaves Manoel Abadia, localizado na cidade de Birigui (SP), onde os agentes tentavam encontrar dois aviões Cessna usados para trazer cocaína da Bolívia, que era despejada em fazendas de Mato Grosso e de Goiás. Em São José do Rio Preto, os agentes prenderam o dono de uma revendedora de veículos, acusado de financiar o tráfico. O empresário teria emprestado R$ 150 mil para traficantes. A PF descobriu que o primeiro grupo da organização, cujos integrantes são da mesma família, usava uma construtora de Curvelândia (MT) que mantinha obras na região de San Martin, na Bolívia. A droga era escondida em veículos da firma para entrar no Brasil. Outra ramificação usava dois aviões para levar cocaína da região de Santa Cruz de la Sierra, também na Bolívia, até Mato Grosso e Goiás. Um terceiro grupo atuava em Cáceres (MT), "que ostenta significativo comércio de cocaína para revenda no Estado de São Paulo", segundo a PF. O quarto grupo adquiria cocaína em Porto Soares, na Bolívia, para revenda em São Paulo, após processamento na região de Uchôa (SP). Treze cidades paulistas foram alvos da operação: Colina, Guariba, Lavínia, Pracinha, Ribeirão Preto, Riolândia, Salto de Pirapora, São Carlos, Sumaré, Tanabi, Uchôa, Urupês e São José do Rio Preto. Nesses locais, a Alfa capturou 25 suspeitos. A Justiça Federal decretou o sequestro de bens e o bloqueio de contas e investimentos dos investigados - dos quais 21 são mulheres.

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