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PF prende 76 por crimes virtuais

Em 12 Estados e no DF, quadrilhas lesavam bancos e correntistas

Por Vannildo Mendes e BRASÍLIA
Atualização:

Na maior ofensiva contra crimes na internet, a Polícia Federal desarticulou ontem, com a Operação Trilha, 15 quadrilhas que atuavam em 12 Estados e no Distrito Federal lesando bancos e correntistas com roubo de senhas, clonagem de cartões e falsificação de cheques. O número de vítimas dos golpes pode chegar a milhares em todo o País. Foram presas 76 pessoas, de um total de 139 mandados de prisão. Outros 63 suspeitos são procurados. A investigação durou um ano e a operação mobilizou 691 policiais. Entre os presos estão seis hackers, que figuram na lista dos mais procurados do País, responsáveis pelos programas de computador usados pelas quadrilhas na captura de senhas bancárias. Eles foram presos em Goiás (2), São Paulo, DF e Pará. O outro foi capturado em Nevada (EUA) com auxílio do FBI, a polícia federal americana. Goiás liderou o ranking das fraudes e também o número de presos (45), seguido de Brasília (11) e São Paulo (8). Os demais foram presos em Minas (3), Pará (3), Santa Catarina, Rio, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rondônia, Tocantins e Maranhão. Todos serão levados para Brasília. Um dos presos, considerado o rei dos ladrões da internet, já tem 60 passagens pela polícia, mas foi solto todas as vezes porque esse tipo de crime até recentemente era punido com penas leves, não privativa de liberdade. Agora equiparado ao assalto a banco, com penas de 3 a 8 anos de prisão, o crime financeiro pela internet é uma das modalidades que mais crescem no País. "É a mais nova modalidade de assalto, muito lucrativa e sem o risco do ladrão comum, que tem de arrombar cofre e trocar tiro com seguranças de banco", disse o superintendente da PF em Brasília, delegado Disney Rosseti. O volume de dinheiro desviado ainda será calculado, mas apenas um dos presos desviou R$ 1 milhão de contas correntes em um mês. "Com certeza o esquema desmantelado nessa operação movimentava muitos milhões", estimou Rosseti. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) calcula que, por ano, os golpes financeiros pela internet causem um rombo de R$ 700 milhões a R$ 1 bilhão no País. A PF não divulgou os nomes dos presos para não atrapalhar as investigações e as futuras prisões. Mais da metade dos presos e dos endereços devassados é de Goiás. Os policiais apreenderam computadores, cartões de crédito, máquinas de falsificar cheques e outras provas dos crimes, que passarão por perícia, além de carros, dinheiro e objetos de valor adquiridos com os roubos. Cerca de 1.500 laranjas, que alugavam suas contas correntes para a quadrilha movimentar dinheiro das vítimas, foram indiciados por fraude bancária. Fuja dos golpes Em dia: Mantenha atualizado o sistema operacional e outros softwares, como o navegador Defenda-se: Instale e mantenha atualizado um bom antivírus Bloqueio: Instale firewall pessoal, que impede invasões Desconfie: Não acesse sites ou clique em links recebidos por e-mail ou em páginas de que você não conheça a procedência E-mail: Não execute ou abra arquivos recebidos por e-mail, mesmo que venham de conhecidos Programas: Jamais execute programas de procedência duvidosa ou desconhecida Desobedeça: Desconfie de mensagens que pedem para atualizar seus dados, principalmente se exigem a digitação das senhas Checagem em sites: Verifique a autenticidade de informações recebidas por e-mail no site da instituição financeira, loja virtual ou governo

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