PF prende advogado de Beira-Mar com US$ 320 mil

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Por Agencia Estado
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Paulo Roberto Pedrini Cuzzuol, de 56 anos, advogado do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fenandinho Beira-Mar, foi preso com US$ 320 mil, na noite de sexta-feira, por agentes da Polícia Federal. Ele foi abordado na rodovia Presidente Dutra, na altura de Volta Redonda (Sul do Estado), quando seguia para o Paraguai, em companhia de sua esposa, a terapeuta Cecília Hering Rodrigues, de 35 anos. Segundo o delegado da Polícia Federal, Agildo Soares, o dinheiro apreendido com o casal na picape S-10, de propriedade do advogado, seria entregue ao Sandro Mendonça do Nascimento, vulgo "Jorge Tadeu, o promotor", que mora no Paraguai. O dinheiro seria usado na compra armas, drogas e munições. "Nascimento é o segundo homem do Beira-Mar. Ele é que está respondendo por Beira-Mar enquanto ele está na prisão", afirmou Soares. Por volta das 23 horas de sexta-feira, agentes federais, com apoio da Coordenação Geral de Repressão a Entorpecentes de Brasília, encontraram US$ 120 mil no bolso do casaco que o advogado vestia. O restante estava escondido numa cinta usada por Cecília. Com o casal, também foram apreendidos R$ 7.526, seis telefones celulares, dois passaportes brasileiros, a carteira da OAB do advogado, agendas e anotações com contabilidade do tráfico. Foram encontradas ainda cartas de Beira-Mar enviadas ao advogado, nas quais o traficante pede informações sobre a venda de entorpecentes da quadrilha e solicita livro. Em uma carta que não chegou a ser enviada ao traficante, Cuzzuol revela detalhes da movimentação da quadrilha. O advogado vinha sendo investigado pela PF desde 8 de janeiro, quando a irmã de um integrante da quadrilha de Beira-Mar, Lucima Gregório de Lucena, foi presa, também em Volta Redonda, com US$ 470 mil. O dinheiro seria levado para Jorge Tadeu, no Paraguai. Segundo Soares, o advogado é o principal suspeito de ter entregue o dinheiro a Lucena. Esta é a segunda vez, desde outubro de 2002, que Cuzzuol é preso. Na ocasião, ele foi detido após ser acusado de dificultar o trabalho da polícia na prisão do traficante Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, defendido por ele. O advogado e a esposa serão indiciados por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro e, se condenados, podem ficar presos por até 26 anos. Cuzzuol foi levado para o presídio Ary Franco, em Água Santa, e a mulher, para a penitenciária feminina, em Bangu.

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