PF prende exportador de café por tráfico

Empresário paulista camuflou 150 kg de cocaína em carregamento que iria para Amsterdã

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Por e Rodrigo Pereira
Atualização:

A Polícia Federal prendeu ontem um empresário paulista apontado como líder de uma quadrilha especializada em mandar cocaína colombiana para países da Europa via Porto de Santos, no litoral paulista. Segundo a PF, o empresário atuava na exportação de café há pelo menos 30 anos e foi detido camuflando 150 quilos da droga, em meio a embalagens de café, acondicionadas em um contêiner que seria embarcado em um navio para o Porto de Amsterdã, na Holanda. O carregamento com a droga foi apreendido no porto na quarta-feira, quando teve início a Operação Império - alusão ao potencial da quadrilha capitaneada pelo empresário, identificado apenas pelas iniciais F.D.C.. Ele foi detido pela manhã em sua mansão, em Moema, na zona sul de São Paulo, onde os policiais encontraram 250 mil em espécie. Além do empresário, foram presas na capital outras dez pessoas, identificadas como integrantes do braço brasileiro da organização internacional de tráfico de entorpecentes. As investigações foram iniciadas em julho, quando autoridades da Bélgica notificaram à PF a apreensão de 305 quilos de cocaína pura vinda do Brasil. Há mais de um ano, a polícia belga rastreia o fornecimento de cocaína a uma das mais importantes quadrilhas européia de tráfico de drogas. Assim que foram comunicados, policiais da Delegacia de Repressão a Entorpecentes fecharam o cerco à organização. Com autorização da 5ª Vara Criminal Federal em São Paulo,interceptou-se a negociata do bando. Agentes também foram destacados para seguir os passos dos criminosos em São Paulo e Santos. Ao longo de três meses de apuração, a PF concluiu que a droga distribuída pela grupo vinha da Colômbia. Além do Porto de Santos, a quadrilha usava outros portos e até aeroportos para remeter a cocaína para a Europa, sempre sob o manto da exportadora de café. A tática de esconder a droga em meio ao carregamento de café também era uma forma de dificultar a identificação da droga por cães farejadores. A carga apreendida na quarta-feira era valiosa. O mercado europeu chega a pagar US$ 50 mil pelo quilo da droga colombiana. Embora a investigação preliminar da PF não tenha flagrado o envolvimento de agentes públicos, como auditores da Receita Federal ou policiais federais, os coordenadores da Operação Império não descartam a participação de servidores no esquema. Os 11 detidos foram enquadrados nos crimes de formação de quadrilha, financiamento e associação para o tráfico. Todos estão detidos na carceragem da Superintendência da PF e devem começar a ser ouvidos na segunda-feira.

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