A Polícia Federal (PF) prendeu nesta terça-feira, dia 28, oito pessoas em Minas Gerais, suspeitas de integrarem uma quadrilha de tráfico internacional de mulheres para exploração sexual. A "Operação Tarô" foi realizada em conjunto e de maneira simultânea com a Polícia Judiciária da Suíça, país onde outras quatro pessoas foram presas, entre elas Hunziker Heinz, de 58 anos, apontado como líder do grupo criminoso. De acordo com a PF, por meio de aliciadores brasileiros, o suíço recrutava mulheres na capital mineira e região metropolitana. Elas eram enviadas para prostituição em Zurique. O delegado da Divisão de Direitos Humanos da PF em Brasília, Clayton Eustáquio Xavier, disse que desde o início das investigações suíças, há cerca de um ano, aproximadamente 300 mulheres foram enviadas de Minas Gerais para aquele país. Segundo a PF, as brasileiras eram abordadas com promessas falsas. Quando chegavam à Suíça, tinham os passaportes confiscados e permaneciam em cárcere privado, sofrendo privação de alimentos e agressões. Normalmente, eram obrigadas a se prostituir de 16 a 18 horas por dia. "Elas eram maltratadas, usavam drogas. Muitas vezes eram agredidas e violentadas sexualmente", afirmou Xavier. "Algumas delas chegaram a ser vendidas para outros prostíbulos na Suíça como escravas do sexo". Operação A PF foi alertada pelas autoridades suíças no final do ano passado e iniciou as investigações em território brasileiro. Cerca de 50 agentes federais participaram hoje da operação em Minas, deflagrada durante a madrugada. Em Contagem, foi presa Daniela Gregório, considerada a principal interlocutora de Heinz no Estado. Outras três mulheres e quatro homens foram presos em cidades da Grande Belo Horizonte e em Governador Valadares, na região leste de Minas. A PF não divulgou os nomes dos suspeitos. Além dos mandados de prisão temporária, expedidos pela 9ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte, os policiais cumpriram também oito mandados de busca e apreensão. Os presos foram levados para a Superintendência da PF em Belo Horizonte. Todos serão indiciados pelos crimes de tráfico de pessoas e formação de quadrilha. Em caso de condenação, a pena pode variar de seis a 16 anos de prisão. A PF deverá solicitar a prisão preventiva de pelo menos quatro suspeitos.