PF prende traficante alemão em Uberlândia

Foragido desde 2001, Frank Armin Dahmen era procurado pela Interpol

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Por Eduardo Kattah e BELO HORIZONTE
Atualização:

Apontado como integrante de quadrilha internacional de tráfico de drogas, o alemão Frank Armin Dahmen, de 53 anos, foi preso pela Polícia Federal (PF) na tarde de anteontem em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Dahmen era procurado pela Interpol desde 2001, quando a quadrilha, com 14 membros, foi desarticulada, segundo a embaixada alemã no Brasil. Com o pedido de prisão decretado pelas autoridades alemães, Dahmen fugiu e desembarcou em São Paulo em setembro de 2001. Vivia em Uberlândia desde 2004, onde tinha rotina discreta, sem ostentar riqueza. Não trocou de identidade, foi dono de um restaurante - Comilão Lanches, já fechado - e cursava Arquitetura em faculdade particular. A PF não tem informações de que ele tenha mantido a atividade de traficante no período em que permaneceu no município. Vigiado nas últimas três semanas pelos agentes federais, o alemão foi preso quando retornava de uma viagem. Ele foi abordado pelos policiais federais por volta das 17h45, nas proximidades de sua residência, no bairro de classe média Sejismundo Pereira. Dahmen não resistiu à prisão. Ele morava sozinho em uma casa de fundos, e, nas buscas realizadas pelos policiais, não foram encontradas armas ou drogas. Levado para a sede da PF em Uberlândia, o alemão foi transferido para a Superintendência, em Brasília, e ficaria à disposição da Embaixada da Alemanha no Brasil. Ele poderá ser extraditado. "Foi expedido pelo Supremo Tribunal Federal um mandado de prisão preventiva para fins de extradição. De alguns endereços, constava esse de Uberlândia. Em investigações, constatamos que em uma residência morava uma pessoa sozinha, cujas descrições físicas eram semelhantes às passadas pela Interpol", disse o delegado Julio Bortolato, que comandou a prisão. Segundo ele, Dahmen era o único integrante da quadrilha que permanecia foragido. Os outros foram condenados a penas de 7 a 13 anos de prisão. DISCRIÇÃO Moradores vizinhos à residência que Dahmen ocupava havia pelo menos dois anos disseram que nunca notaram movimentações estranhas. O alemão era considerado discreto. "Era uma pessoa calada, só chegava e saía, não costumava comentar nada. A casa parecia sempre fechada", disse o músico Cláudio José, de 31 anos. "A gente não via ninguém na casa", reforçou uma senhora, que não quis se identificar. Nos últimos meses, depois de fechar seu pequeno restaurante, Dahmen, quando questionado, dizia que vinha sendo sustentado pela mãe, que mora na Alemanha. Ele cursava o último ano de Arquitetura no Centro Universitário do Triângulo (Unitri). De acordo com um colega de curso, o acusado de tráfico internacional de drogas era uma pessoa "tranqüila", mas um típico alemão, às vezes "sisudo". A Unitri informou que nenhum representante da instituição iria se pronunciar sobre o assunto.

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