Piauí tem 194 municípios em calamidade devido a seca

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Piauí tem 194 municípios em estado de calamidade e emergência. Em 88 destes municípios não tem mais água para o consumo humano. As perdas agrícolas são superiores a 80%. Os 194 prefeitos se reuniram hoje com o secretário de Defesa Civil Estadual, Nacional, Cáritas, Igreja Católica, Contag (Confederação dos Trabalhadores em Agricultura), a Fetag-PI (Federação dos Trabalhadores em Agricultura no Piauí) e sindicatos de trabalhadores rurais cobrando uma posição emergencial do governo federal numa reunião no auditório do Centro de Artesanato Mestre Dezinho, no centro de Teresina. O secretário nacional da Defesa Civil Nacional, coronel José Wilson Pereira, anunciou que pode reeditar a bolsa renda e bolsa alimentação para atender os flagelados pela seca no Nordeste. Ele participou da reunião em Teresina e deveria seguir para Campina Grande (PB) e Petrolina (PE) onde verificará a situação de seca em alguns municípios nordestinos. O presidente da Fetag-PI, Adonias Higino, disse que os trabalhadores não iriam cobrar bolsa alimentação temendo que houvesse o desvirtuamento e o uso político das cestas de alimento. "Nós temos que ter a desconfiança de alguns programas neste período eleitoral. O programa emergencial deve existir, mas o que queremos é o trabalho remunerado dos trabalhadores rurais em obras municipais apontadas pela população", adiantou Higino. O presidente da APPM (Associação Piauiense dos Municípios), José Maia Filho, o Mainha, comentou que a reedição da bolsa renda e bolsa alimentação são necessárias, mas não é uma ação para se tratar a seca. "Este volume de recursos do governo federal é pouco, mas necessário e importante. Nossa preocupação é resolver este problema do abastecimento de água. O problema é que o trabalhador rural vive da produção, se não tem esta produção, eles vão viver de quê?" O prefeito de São Raimundo Nonato (a 537 Km ao sul de Teresina), Avelar Ferreira (PFL) informou que está tendo que dividir a merenda das crianças em quatro escolas da zona rural com os trabalhadores rurais que estão em estado de fome. "Eles vão à escola na hora da merenda e comem com os filhos deles. Isso acontece em quatro localidades de São Raimundo", informou. O governo federal autorizou a liberação de R$ 3 milhões para obras de infra-estrutura hídrica, mas este dinheiro ainda não foi liberado para o governo do Estado. No entanto, estes recursos não podem financiar o programa de carros-pipa para abastecer os municípios com problema de abastecimento de água. O secretário nacional da Defesa Civil, José Wilson, afirmou que há grande possibilidade de voltar a bolsa renda e bolsa alimentação como medida emergencial, além das pequenas obras de infra-estrutura hídrica. Ele entendeu que a população está passando fome e sede, principalmente no semi-árido.

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