
03 de junho de 2009 | 00h00
O presidente da Flight Safety Foundation (FSF), organização internacional para segurança de voos, William Voss, não acredita nas causas do acidente com o voo 447 inicialmente apontadas, como a da própria Air France, de que o avião teria atravessado uma tempestade e sido atingido por raios, sofrendo pane no sistema elétrico. "Esperamos respostas para os mistérios que envolvem esse acidente", diz.Em uma tempestade, não era esperado que o piloto mudasse a rota? O que pode tê-lo impedido?Pilotos fazem tudo o que podem para evitar tempestades. É normal desviar 48 km ou mais. No painel, há radares meteorológicos que permitem ver temporais a uma distância suficiente para evitá-los. Mas nessa parte do mundo as tempestades se formam rapidamente e é possível que o piloto tenha tido poucas opções.O GPS pode ter falhado?Existe a bordo o backup do sistema elétrico, que teria permitido ao GPS e controles de voo continuar operando. Em 2001, um A330 perdeu ambos os motores por falta de combustível. Mas os sistemas de navegação e de controle de voo continuaram funcionando até ser feito um pouso de emergência seguro numa ilha do Atlântico.Que avanços ocorreram nos últimos anos para evitar que tempestades causem acidentes aéreos?Muitos. Melhorias nos sistemas de proteção e blindagem eletrônica e aterramento dos componentes (evitando curtos-circuitos e que descargas altas de eletricidade causem pane) protegem de raios. Sistemas eletrônicos permitem manter o controle do voo em turbulências severas e tornam difícil que um piloto, acidentalmente, faça manobras bruscas que desestabilizem a aeronave ou forcem sua estrutura. Avanços no radar permitiram avaliar a intensidade de tempestades e identificar rotas alternativas.Será possível achar a caixa-preta ou partes do avião? Em águas profundas, será difícil recuperar partes suficientes que expliquem o acidente. Mas o sonar das caixas-pretas deve facilitar sua localização. Esperamos, assim, que as respostas para os mistérios desse acidente sejam respondidas.
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