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Pires volta a criticar piloto do Legacy e defende Aeronáutica na investigação

Pires lembrou que é obrigação de todo piloto obedecer ao plano de vôo pré-estabelecido e disse que Lepore deveria ter mudado duas vezes a altura em que voava o jato

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Defesa, Waldir Pires, voltou a afirmar nesta terça-feira, 10, que Joseph Lepore, piloto do jato Legacy que se chocou com o Gol da Boeing sobre a selva amazônica, causando a morte de 154 pessoas, foi "leviano ao afirmar categoricamente que teria de voar a 37.000 pés" entre Brasília e Manaus. Na segunda-feira, 9, Pires classificou de "leviano" o depoimento dado pelo piloto americano à polícia de Mato Grosso em que Lepore declarou que a Embraer fez o plano de vôo para explicar por que voava a 37 mil pés no momento do choque com o Boeing da Gol. O ministro explicou que "a Embraer é uma empresa que fabrica avião" e "não é responsável por fazer plano de vôo. Ele afirmou ainda que o que estava previsto era o Legacy decolar de São José dos Campos, e voar a 37 mil pés só até Brasília. Pires acrescentou que "a ordem geral é para andar em vias de números pares naquele sentido". Assim, o jato não poderia estar a 37 mil pés. Pires lembrou que é obrigação de todo piloto obedecer ao plano de vôo pré-estabelecido e disse que Lepore deveria ter mudado duas vezes a altura em que voava o jato, a última deles no "ponto Teres" - uma referência universal constante da Carta de Navegação Aérea. As declarações do ministro foram dadas após ele assistir na manhã desta terça da cerimônia de cremação do corpo de um oficial do Exército brasileiro morto no desastre - o coronel-do-Exército Leonardo Ramalho. Pelo plano, entre Brasília e um ponto conhecido como Teres nas cartas aeronáuticas, o vôo seria feito em 36 mil pés. A partir desse marco, haveria nova mudança de altitude, e o jato deveria atingir os 38 mil pés. Com isso, 280 quilômetros antes do local onde ocorreu o acidente e 20 minutos antes da colisão, o Legacy já deveria estar na terceira altitude prevista no vôo, sem nenhum risco de choque com o Boeing da Gol. O ministro também contestou as críticas feitas pela imprensa dos Estados Unidos às investigações que estão sendo realizadas pela Aeronáutica brasileira sobre as causas do acidente em que 154 pessoas morreram na queda de um Boeing da Gol na selva amazônica. As investigações estão sendo feitas "com absoluto rigor e cuidado, até porque isso é fundamental para a definição das causas do acidente", afirmou Pires O ministro observou que o conteúdo das caixas-pretas do Boeing será divulgado assim que for decodificado pela Organização Internacional de Aviação Civil, no Canadá. As caixas-pretas foram enviadas à organização pelas autoridades aeronáuticas brasileiras. Além dos parentes do coronel, Waldir Pires cumprimentou os de outras duas vítimas do desastre que foram cremados nesta terça: Luiz Antonio Pereira de Carvalho e Andréa Kowalski.

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