Pitta promete se apresentar à Justiça amanhã

Ex-prefeito foi condenado à prisão por não pagar pensão alimentícia à ex-mulher, Nicéa

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Por Alline Dauroiz
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O feriado da Consciência Negra é o argumento do ex-prefeito Celso Pitta para não ter sido encontrado em casa na sexta-feira, dia em que foi procurado pela polícia, por causa da dívida de cerca de R$ 100 mil - referente ao atraso de cinco meses no pagamento de pensão alimentícia a sua ex-mulher, Nicéa Camargo do Nascimento. Na quarta-feira, o juiz Francisco Antônio Bianco Neto, da 5ª Vara da Família de São Paulo, decretou a prisão de Pitta, que já é considerado foragido. Ele nega. "Fui procurado bem no feriado e, como boa parte da população, viajei para fora da cidade", explica o ex-prefeito, que, no entanto, não quis revelar onde estava quando telefonou ao Estado. Irritado, o ex-prefeito disse que não concorda com o valor de mais de R$ 20 mil da pensão e já havia entrado com pedido na Justiça de revisão para R$ 5 mil, pois está separado há cerca de dez anos de Nicéa e constituiu outra família. Segundo seu advogado, Remo Battaglia, a renda de Pitta caiu muito depois que ele foi preso em 8 de julho na Operação Satiagraha, da Polícia Federal. "Ele presta serviços de consultoria econômica, mas ficou com a imagem arranhada e perdeu muitos trabalhos. Por isso não consegue pagar a pensão." Pitta garante que amanhã voltará a São Paulo e ficará à disposição da Justiça. "Discordo de que Nicéa esteja passando por dificuldades, como diz o advogado dela", disse, referindo-se à declaração de Alexandre Slhessarenko de que a situação da ex-mulher é "periclitante", pois já perdeu a penhora de um apartamento e tem "dificuldades básicas". "Recentemente, ela ganhou uma ação contra o senador Antônio Carlos Magalhães por danos morais no valor de R$ 100 mil", contou o ex-prefeito, acrescentando que o pedido de prisão é muito mais de ordem política do que familiar. Procurado, o advogado de Nicéa afirmou que sua cliente pode até negociar o futuro valor da pensão, mas não abrirá mão de receber os R$ 100 mil da dívida pelos meses de atraso.

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