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Pivô de crise fez seminários sobre ética na política

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Por José Maria Tomazela
Atualização:

O lobista Júlio César Fróes Fialho, apontado como o pivô da saída do ex-ministro Wagner Rossi do Ministério da Agricultura, atuou como consultor legislativo na região de Sorocaba, cidade onde reside. Ele dava consultoria às Câmaras por meio do projeto Escola do Legislativo e promovia seminários sobre a ética na política. Fróes é dono do Instituto Antares de Ensino Superior e Projetos Educacionais (Iaespe), cujo endereço é o mesmo de sua residência, no Jardim América, bairro de classe média alta, em Sorocaba.Na casa térrea, com câmera de vigilância na fachada, não há nada que identifique a empresa. A empregada confirma que ali moram Fróes e sua mulher, a arquiteta Simone. Ela tem escritório na mesma quadra da residência. Fróes, que se apresenta como jornalista profissional e cientista político, graduado pela Universidade de Brasília, respectivamente, em 1981 e 1982, atuava como consultor legislativo na região. No ano passado, deu dois seminários para vereadores e funcionários da Câmara Municipal de Avaré. De acordo com o site da Câmara, Fróes procurou instruir os participantes a analisar e definir o ambiente da ação parlamentar e suas estratégias políticas: "Nossa missão é a de educar para a atividade política e parlamentar, instruindo tecnicamente os sistemas legislativos".Os certificados de participação foram expedidos pelo Instituto Antares. Em outro seminário, em novembro, também na Câmara de Avaré, Fróes promoveu uma dinâmica entre os participantes, na maioria funcionários, entrelaçando-os com um barbante e lembrando que deveriam agir "de forma organizada e uníssona para que a imagem do Poder Legislativo seja vista com bons olhos pela população", conforme registro da época. O Instituto Antares se apresenta com o objetivo de "promover a qualificação profissional no âmbito da administração pública e, em especial, a difusão de conhecimentos políticos". Gabinete. Fróes foi apontado em reportagem da revista Veja como o lobista que mantinha um gabinete no Ministério da Agricultura, em Brasília. A denúncia levou à demissão do secretário executivo da pasta, Milton Ortolan, homem de confiança do ex-ministro Wagner Rossi, que também pediu demissão. Procurado em sua casa - e empresa -, Fróes não foi encontrado. A empregada informou que ele havia saído com a mulher. Em seu celular, quem atendeu foi Simone. Ela disse que o marido havia viajado, mas a reportagem apurou que ele estava na cidade.

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