PM de Campinas vai usar carro blindado

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Por Agencia Estado
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O grupo de Ações Táticas de Campinas (Atac) apresentou nesta terça-feira o primeiro veículo blindado adaptado especialmente para ser utilizado pela Polícia Militar em ocorrências-limite, como operações de resgate a reféns, atentados a bomba e rebelião de presos. Exibiu ainda o protótipo nacional de um canhão de jato d´água usado para detonar bombas de fabricação caseira à distância, por meio de acionamento elétrico. O canhão foi desenvolvido pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e o protótipo doado ao Atac. Segundo o capitão Israel Pilmon, o canhão de água já é utilizado pelas polícias militares de São Paulo e outras capitais, em versões importadas. O equipamento exibido nesta terça é o primeiro nacional, patenteado pela Unicamp. A principal diferença entre os dois é o preço. O canhão importado custa em média US$ 7,5 mil (cerca de R$ 16,5 mil), fora as taxas de importação. O nacional foi desenvolvido na universidade por R$ 2,5 mil. O engenheiro André Luiz Pissolatti, um dos responsáveis pelo projeto, explicou que a redução dos custos ocorreu principalmente porque foram utilizados materiais nacionais, facilmente encontrados em lojas do País. Ele e o engenheiro Carlos Alfredo Baptista de Campos, ambos do Centro de Tecnologia da Unicamp, desenvolveram o canhão a partir de modelos encontrados em revistas especializadas sobre armamentos. "Desenvolvemos o modelo nacional a partir das fotografias. Os detalhes foram construídos por nós, com nossa experiência sobre o assunto. Por isso, podemos dizer que o projeto é nosso", afirmou Pissolatti. As experiências com o novo equipamento tiveram início no ano passado e ele foi concluído há duas semanas. O canhão é um tubo de aço inoxidável acionado por uma espoleta elétrica. A água é disparada com a explosão de um cartucho de pólvora. Segundo Pissolatti, são necessários 100 mililitros de água dentro do cartucho. Apesar da pequena quantidade, a pressão do jato é muito forte e permite que a bomba seja destruída ou desativada. O equipamento tem um tripé e acessórios para facilitar a mira. Pode ser acionado a qualquer distância, desde que haja fiação elétrica disponível. O engenheiro comentou que ele e Campos já estão trabalhando em uma versão aprimorada do canhão. Disse ainda que a universidade está discutindo a possibilidade de comercializar o equipamento ou a patente para sua fabricação em escala comercial. O canhão de água irá compor o arsenal utilizado pelo Atac nos atentados à bomba. "É o primeiro degrau da escada. Há outros equipamentos, como robôs e aparelhos de raio X, que estamos buscando junto a empresas privadas", disse o capitão Pilmon. Segundo ele, o canhão será um dos equipamentos do veículo blindado da tropa, também exibido nesta terça. A blindagem, em parceria com a empresa Glauco Splendore Blindagens, foi feita em uma viatura já utilizada pela Atac, fabricada em 1995. "A viatura foi totalmente reconstruída", explicou o capitão. De acordo com o diretor-superintendente da empresa, Glauco Splendore, dos pneus ao motor, tudo foi adaptado e reajustado para receber a blindagem. O resultado, segundo Glauco, é um veículo resistente a armamentos pesados, de grosso calibre. "Esse carro está preparado para subir uma favela do Rio de Janeiro", exemplificou Pilmon. Por "motivos Óbvios", ele não revelou até que tipo de armamento o veículo suporta.

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