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PM defende dissertação depois de quatro tentativas

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de quatro tentativas, o capitão da PM Francisco Wanderlei Roher, de 47 anos, conseguiu defender nesta sexta-feira a dissertação de mestrado na Pontifícia Universidade Católica (PUC). Nas ocasiões anteriores, o oficial enfrentou protestos de estudantes, que o acusavam de reprimir com violência um movimento antiglobalização na Avenida Paulista, em 20 de abril, no qual 60 pessoas ficaram feridas. Desta vez, o capitão contou com a solidariedade do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Marco Vinício Petrelluzzi, do vereador Willian Woo (PSDB) e do coronel da reserva da PM Ubiratan Guimarães, condenado a 632 anos de prisão pelo assassinato de 111 presos no Carandiru em 1992, que compareceram à defesa de tese. Um grupo de cerca de 15 alunos chegou a fazer um protesto contra a diplomação. "Estou muito feliz. Amanhã deve sair minha promoção a major, ao mesmo tempo em que me torno mestre em psicologia social", disse Roher. Em outubro, na quarta tentativa de defesa, ele chegou a ficar preso em uma sala, enquanto um grupo de cem estudantes o chamava de "fascista" e "assassino". Os manifestantes ainda o atingiram com um bolo. O militar negou participação na repressão ao protesto contra a criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). "Fui lá para negociar. Houve confronto, com violência dos dois lados, e saí ferido com duas pedradas", disse. Petrelluzzi aproveitou para criticar os estudantes. "Eles nem se deram ao trabalho de conhecer a dissertação do capitão, por sinal bastante inovadora", disse. O oficial defendeu o trabalho "A Identidade do Policiamento Comunitário: Metamorfose e Mudança", no qual tirou nota 9. A mesa de avaliação foi presidida pelo professor Antonio da Costa Ciampa, seu orientador. Roher afirmou ter ficado honrado pela presença do secretário e de Guimarães. "Ele (o coronel da reserva) não deu nenhuma ordem expressa para matar pessoas", defendeu.

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