PM dispersa protesto, mas marginal Tietê segue bloqueada

Segundo a Polícia Militar, pelo menos 300 pessoas participaram da manifestação

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Por Agencia Estado
Atualização:

Moradores da favela Chácara Bela Vista, que fica entre a ponte do Aricanduva e o viaduto General Milton Tavares, na marginal do Tietê, no sentido Rodovia Ayrton Senna/Castelo Branco, atearam fogo em pneus e pedaços de madeira, bloqueando a pista expressa das 18h45 até as 20h30. Segundo a Polícia Militar, pelo menos 300 pessoas participaram da manifestação. A Força Tática da Polícia Militar foi acionada para tentar conter os manifestantes. Os moradores protestavam contra a decisão da prefeitura que quer reintegrar a área. Até às 22h00 a pista continuava bloqueada, mesmo depois de o Corpo de Bombeiros ter controlado o fogo. Os manifestantes saquearam um caminhão que transportava madeira e a usaram para fazer um dos bloqueios. Os soldados da Força Tática munidos de escudos, cassetetes e bombas de efeito moral dispersaram os manifestantes, e entraram na favela, depois da chegada de dois reforços da Polícia Militar. Os manifestantes atiravam pedras na polícia e atingiram um policial e o fotógrafo Sergio Barzaghi, do Diário de S. Paulo, que levou uma pedrada na cabeça. Ele foi atendido ali mesmo pelo Corpo de Bombeiro. Moradores Os moradores da favela Chácara Bela Vista afirmam que a prefeitura não deu nenhuma opção para eles a não ser deixar o local. "Recebemos uma carta de despejo e não deram nenhuma alternativa, só falaram que não vão indenizar ninguém. A gente foi na reunião hoje e só disseram pra gente ir embora", disse João Lourenço do Nascimento, morador da favela, que se identificou como sendo um dos líderes comunitários. Segundo ele, 230 famílias vivem no local. Para a moradora Fabiana Aparecida Vieira dos Santos, de 24, o que está acontecendo é injusto. "A gente vai ter que ir pra rua, pra debaixo de outro viaduto. Não sabemos o que fazer. Só falaram pra gente ir embora." Segundo a moradora Ivani Dias, de 32 anos, a Prefeitura disse apenas para as pessoas irem para a casa de parentes. "Não tem nem como ir pra casa de ninguém, ninguém veio receber agente", disse. Até as 22 horas a Prefeitura não havia enviado ninguém para acompanhar a retirada dos moradores. Segundo a Assessoria de Imprensa da subprefeitura, a maioria dos moradores concordava em sair da favela. As entradas da favela foram bloqueadaS pela Força Tática da Polícia Militar e ninguém podia entrar nas ruas da favela. Bombas de efeito moral e balas de borrachas eram atiradas em direção dos manifestantes.

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