26 de junho de 2013 | 19h14
RIO - A Polícia Militar divulgou nesta quarta-feira, 26, vídeos do confronto com traficantes ocorrido na segunda-feira na Favela Nova Holanda, no Complexo da Maré, zona norte do Rio, em que dez pessoas morreram - entre elas, um sargento da PM e três moradores sem antecedentes criminais. Nas imagens, feitas a partir do helicóptero da PM, aparecem homens armados com pistolas e fuzis em um dos acessos da favela. Um dos trechos mostra ainda o momento em que o Caveirão, veículo blindado do Batalhão de Operações Especiais (Bope), entra na comunidade e há confronto com os traficantes.
A ação da PM foi criticada por moradores e integrantes de organizações não-governamentais que atuam na região. O sociólogo Jailson Silva, fundador do Observatório de Favelas usou as redes sociais para convocar a população para um ato na terça-feira, "em memória às vítimas desse novo massacre".
Ao menos 10 morrem em confrontos no Rio
"Não veio pedido de desculpas do secretário de Segurança, do governador ou da presidente por esse ato de vingança das forças policiais contra a população. Vamos mostrar que a população das favelas tem o mesmo sentimento de indignação da residente em outras partes da cidade e não suporta mais esse tratamento desigual. De forma pacífica e sem violência, vamos exigir o pedido de desculpas do Secretário de Segurança e do Governador por essa violência, pois são eles os maiores responsáveis por permitirem esse tipo de ação; vamos exigir o fim das incursões desse tipo nas favelas, acabando com o uso de Caveirões e fuzis", escreveu.
O secretário de Segurança do Estado do Rio, José Mariano Beltrame, cobrou apuração das denúncias de excessos cometidos pelo Bope, e também do autor do assassinato do sargento. "Essas coisas têm que ser apuradas. A especulação não faz bem a ninguém. Mas, assim como tem que apurar se houve excesso, tem que apurar quem matou o sargento. O excesso não é a lógica da polícia", disse, em entrevista à Rádio CBN.
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