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PM é afastado por manter site de prostituição

Tenente-coronel foi afastado do cargo de corregedor após admitir ser dono de um site em que garotas e garotos de programa oferecem seus serviços

Por Agencia Estado
Atualização:

O tenente-coronel da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul Gustavo Davi foi afastado do cargo de corregedor da Corporação nesta quinta-feira, 31, após admitir ser dono de um site em que garotas e garotos de programa oferecem seus serviços. O cargo ocupado pelo oficial afastado foi criado em março deste ano, com a responsabilidade de investigar e punir policiais militares envolvidos em crimes e irregularidades. Gustavo Davi foi o segundo a ocupar a função. O afastamento do policial foi anunciado pelo comandante da PM, coronel Ademar de Brites, depois que uma reportagem exibida na quarta-feira, 30, pela TV Morena (afiliada da Rede Globo), de Campo Grande, mostrou uma conversa telefônica, gravada sem que o oficial soubesse, em que ele explica os valores cobrados para hospedar classificados na página da internet: R$ 50 pela adesão e R$ 50 mensais de manutenção. Considerando que atualmente há 33 anúncios disponíveis, a renda passa de R$ 1,6 mil só com as mensalidades. No site, há um número de telefone celular, que o próprio coronel atende, e o e-mail, com um dos nomes do policial, para o qual deveriam ser enviadas fotos das mulheres e homens que oferecem programas sexuais na internet. Procurado pela reportagem, o ex-corregedor não quis falar do caso. Por diversas vezes repetiu que "não gostaria de comentar nada". Na gravação exibida pele emissora de televisão, ele diz que o site apenas publica os anúncios, sem ter responsabilidade pelo que é oferecido. Crimes Para o promotor Gerardo Eriberto, que atua na Auditoria Militar, o caso pode configurar crime na esfera militar - se for confirmado, por exemplo, o uso da patente militar para facilitar o negócio - e ainda na esfera comum, por crime de rufianismo. A pena prevista chega a 6 anos de reclusão. O promotor informou que foi aberta uma investigação judicial sobre o caso e só depois disso será definida a tipificação exata dos crimes e da esfera em que eles correrão. Ao opinar sobre a conduta do oficial, o promotor foi taxativo: "Existem pessoas públicas das quais a sociedade cobra muito. Cobra-se dessas pessoas uma atitude condizente com a responsabilidade das funções que exercem e elas não podem cometer deslizes e se envolver em atividades como essa". Eriberto acredita que a investigação sobre o site mantido pelo oficial dure pelo menos 15 dias. Na Polícia Militar também foi aberta uma investigação, por meio de um Inquérito Policial Militar (IPM), cujo prazo inicial para conclusão é de 30 dias. De acordo com o comandante da PM, Coronel Ademar de Brites, a investigação pode definir até a punição de exclusão da Corporação, conforme o que a investigação apontar. O comandante explicou que o Código Penal Militar não traz punição específica para uma situação como essa, mas disse que ela pode ser enquadrada em outras infrações, como expor o nome da corporação negativamente. O coronel afastado já foi diretor da agência que administra os presídios de Mato Grosso do Sul e superintendente de Políticas de Cidadania, cargo que entre suas funções a de gerenciar as unidades onde são abrigados adolescentes infratores.

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