PM que matou homem em sessão de cinema alega ter agido após agressão a criança

Acusado e vítima estavam acompanhados dos filhos; polícia diz que arma do agente não tem registro

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Por Valeria Araújo
Atualização:

DOURADOS (MS) - Um policial militar ambiental foi preso em Dourados (MS), acusado de matar um homem durante uma sessão de cinema na tarde desta segunda-feira, 8. Em depoimento à polícia, Dijavan dos Santos alegou que ele e o filho de dez anos foram agredidos pelo bioquímico Julio César Cerveira Filho. 

Segundo a polícia, a arma usada pelo acusado não possui registro e foi apreendida com 12 munições. A prima da vítima diz que o homem estava acompanhado da filha e da esposa na sessão de cinema e que ambas estão abaladas psicologicamente, por isso, ainda não prestaram depoimento. 

O caso aconteceu por volta das 14h no Shopping Avenida Center e gerou tumulto no local. 

Caso aconteceu dentro de sala de cinema Foto: Google Street View

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Segundo a polícia, Santos diz que estava com os dois filhos na sala de cinema, quando a vítima começou a abrir e fechar os braços e pernas, batendo na criança de dez anos. Santos diz que trocou de lugar com o menino e pediu para que a vítima parasse com aquele comportamento. Cerveira Filho teria, então, ofendido o policial e depois passou a agredi-lo com chutes e socos que o atingiram nas pernas e no rosto. 

O acusado diz que outras pessoas que estavam no cinema pediram para que Cerveira Filho parasse com as agressões. Ele seguia para a porta de saída, mas, ao passar pelo filho do policial, desferiu um tapa no rosto da criança.

O acusado diz que anunciou que chamaria a polícia e os dois saíram do estabelecimento, mas a vítima teria dito para "resolverem ali mesmo". Santos diz que então se identificou como policial e mostrou a arma, uma pistola calibre 40. A vítima tentou tomar a arma dele e, durante a luta corporal, houve um disparou acidental. 

O homem morreu no local. 

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O caso foi registrado na 1ª Delegacia da Polícia Civil, onde foi constatado que o policial apresenta ferimento no rosto, baixo do olho direito. Segundo a polícia, a arma utilizada no crime não possui registro e foi apreendida, juntamente com 12 munições de mesmo calibre. 

Durante o registro da ocorrência, a prima da vítima, acompanhada de um advogado, relatou que Julio estava acompanhado da filha e da esposa no cinema e que ambas estão abaladas psicologicamente, não podendo assim prestar depoimento. A polícia solicitou exame de corpo de delito. Está prevista para as próximas horas uma audiência de custódia com o policial.

Júlio Cesar Cerveira Filho era bioquímico e neto do ex-prefeito José Cerveira, que administrou a cidade de Dourados em 1982 e 1983.

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