
08 de junho de 2010 | 00h00
Esse será o desafio que PT e PMDB terão que enfrentar nas disputas locais. Unidos em torno da super-popularidade do Executivo, as legendas compreenderam que separadas não seriam capazes de fazer sombra à força de Aécio Neves e de seu candidato, Antonio Anastasia. O PT, nesse caso, prova de seu próprio veneno, sendo desafiado pelo mesmo gigantismo que sustenta Lula no Planalto.
Esse mesmo Lula teve peso significativo na decisão de apaziguar ânimos e "unir forças" em Minas Gerais. Preocupado em constituir um palanque sólido para Dilma Rousseff, o presidente forçou a aliança em nome de uma coesão aparentemente artificial. Nesse caso, se o objetivo do Planalto é mostrar que o todo é maior que a soma das partes, o que soa como lógico terá um novo desafio: o encantamento.
Assinar uma ficha de aliança é tarefa das menos significativas para um partido que tem na força de sua militância o imperativo de suas ações. Apoiando o PMDB, Pimentel pode até se comportar de forma exemplar. Mas raramente o principal jogador do time ganha a partida quando joga sozinho.
Sem a garra da militância, o PT tem tudo para ser um parceiro frio para o PMDB. Assim, na disputa mineira é pouco provável que o olhar do petista se encante com Hélio Costa. Enquanto Aécio e Pimentel provavelmente rumarão para o Senado, Costa terá a sensação de provar do próprio veneno, pois não existe partido mais descentralizado e sem harmonia nacional que o seu próprio PMDB.
É DOUTOR EM CIÊNCIA POLÍTICA PELA USP, PROFESSOR DA FAAP E CONSELHEIRO POLÍTICO DO MOVIMENTO VOTO CONSCIENTE
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