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PMs executam suspeito de assalto

Policiais se ofereceram para socorrê-lo, mas balearam e jogaram corpo na represa de Mairiporã

Foto do author Marcelo Godoy
Por Josmar Jozino e Marcelo Godoy
Atualização:

Em vez de levar um preso baleado para um hospital, três policiais do 9º Batalhão da Polícia Militar resolveram seguir até a Estrada de Santa Inês, na zona norte de São Paulo. Ali, obrigaram o suspeito a descer da viatura, uma Blazer da Força Tática, e executaram-no a tiros de pistola calibre 40. Depois, colocaram o corpo no carro e rumaram para a represa de Mairiporã, na Grande São Paulo. Pararam em uma ponte no limite com Franco da Rocha, do alto da qual jogaram o corpo. O que eles não esperavam é que a trama fosse descoberta pela Corregedoria, depois que seus colegas revelaram o desaparecimento do preso. Tudo começou às 3h30 de quarta-feira, quando um bando invadiu a agência do Banco Itaú na Rua Parapuã, na Vila Brasilândia, zona norte da capital, para furtar um caixa eletrônico. A polícia foi chamada para averiguar o que se passava na agência. Homens do 18º Batalhão da PM chegaram ao lugar e avistaram sete ladrões saindo da agência. O bando se dividiu em dois, abandonando dois maçaricos. Na Rua Orlinto Fraga Moreira, os ladrões atiraram nos policiais. No tiroteio, um dos suspeitos, identificado como Celso da Costa Bonfim, foi baleado e morto com seis tiros - o acusado estava com uma pistola calibre 40 que pertencia à Polícia Civil. Outra parte do grupo entrou em um Honda Fit e tentou escapar. Foram perseguidos pela equipe do segundo-tenente Diogo Luiz Carvalho, que bateu o carro em um poste. Feridos, os PMs foram levados ao Hospital da PM. Enquanto os policiais feridos no acidente eram socorridos, outra viatura do 18º Batalhão, o Corsa de número 18.325, abordou um homem que estava correndo em uma rua próxima da agência atacada. O suspeito estava ferido por um tiro no braço esquerdo. Os PMs iam conduzi-lo a um hospital, quando chegou ao local uma Blazer do 9º Batalhão da PM - viatura 09025. O policial que chefiava a equipe da Blazer, o sargento Marcelo Silva dos Santos, ofereceu-se para levar o detido ao hospital. Eram 3h40. Durante horas, os policiais militares que conduziram o registro do caso aguardaram a chegada da viatura com o preso em algum dos hospitais ou delegacias da região. A Corregedoria, que sempre acompanha os casos de morte em tiroteio, estava presente e passou a apurar o sumiço. O sargento e seus dois homens, os soldados Roberto Kayo Kisse e Eron de Oliveira Costa, foram detidos. Os soldados confessaram o crime e levaram os corregedores até o local da execução do suspeito - ainda não identificado - e de onde eles haviam jogado o corpo na represa. Na Estrada de Santa Inês, além de manchas de sangue no local, foram achadas cápsulas de balas disparadas de pistola calibre 40 - mesmo calibre da arma dos PMs. Na ponte, também havia manchas de sangue. Na manhã de ontem, bombeiros encontraram o corpo na represa. À tarde, os policiais da viatura do 18º Batalhão que haviam prendido o suspeito reconheceram o corpo do homem pardo, de 1,75 metro de altura e cerca de 35 anos.

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