PMs são presos por morte de engenheira

Há suspeita ainda de ocultação de cadáver; jovem desapareceu há 1 ano

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Por Clarissa Thomé
Atualização:

Os quatro policiais militares acusados de matar a engenheira Patrícia Amieiro Franco e ocultar o corpo dela foram presos na noite de quarta-feira, horas após o juiz Fábio Uchôa, do 1.º Tribunal do Júri da Capital, decretar a prisão preventiva do grupo. Os PMs foram transferidos ontem para o Batalhão Especial Prisional (BEP). Na decisão, o juiz escreveu que a prisão preventiva era necessária para "afastar a insegurança jurídica e lesões à ordem pública". Os soldados Fábio Santana, Márcio Santos e William do Nascimento e o cabo Marcos Maranhão foram indiciados por ocultação de provas e de cadáver. Nascimento e Maranhão responderão também por homicídio. Eles negam o crime. Patrícia desapareceu em 14 de junho de 2008, aos 24 anos, quando voltava de uma festa na zona sul para a Barra da Tijuca, onde morava com os pais. O carro dela, um Palio, teria sido atingido por tiros disparados por policiais que teriam se assustado com o veículo em alta velocidade. Desgovernado, o Palio bateu e caiu nas margens do Canal de Marapendi, na saída do Túnel do Joá. Policiais que estavam num carro oficial estacionado ali perto disseram que ninguém estava no veículo. O laudo pericial, no entanto, apontou que o carro foi atingido por tiros antes de cair no canal. Os policiais ainda tentaram destruir provas do crime. Um deles contou que jogou uma pedra no para-brisa para ver se havia alguém ao volante - a medida serviria para esconder as marcas de tiro, segundo os peritos. O vidro traseiro teria sido manipulado para que Patrícia fosse retirada do veículo (o cinto estava afivelado e o banco, reclinado). O corpo nunca foi achado.

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