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PMs se aquartelam e deixam ruas desguarnecidas em Alagoas

Categoria quer reajuste de 88,55%; salário inicial passaria de R$ 530 para R$ 960

Por Agencia Estado
Atualização:

Cerca de 5 mil soldados e cabos da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros de Alagoas estavam aquartelados desde a noite de quinta-feira, 19, quando o movimento paredista foi decidido em assembléia geral da categoria. Eles reivindicam um reajuste de 88,55% que faz parte da isonomia salarial reconhecida como legítima pelo juiz Klever Loureiro. Com o aumento, o salário inicial de um soldado subiria de R$ 530 para R$ 960. Na manhã desta sexta, durante o desfile militar alusivo às comemorações do Dia de Tiradentes, o comandante geral da Polícia Militar, coronel Rubens Goulart afirmou que "a paralisação não era institucional e sim classista". O comandante pediu que revejam a idéia de paralisação, pois sempre esteve à frente dos interesses da corporação e se comprometeu em ser um interlocutor junto ao governo do Estado. O presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar, Wagner Simas, disse que a categoria não teme as retaliações anunciadas pelo governo do Estado. "Estamos lutando por uma causa justa, por um aumento já reconhecido pela Justiça como um direito líquido e certo", afirmou Simas, lembrando que em 2006 os oficiais tiveram 104,55% de aumento e demais policiais receberam apenas 15% de reajuste, divididos em duas parcelas. Simas esteve reunido com o ouvidor-geral do Estado, Claudionor Araújo, buscando abrir um canal de negociação com o governo do Estado. "O governo diz que está aberto ao diálogo, mas não apresentou até agora nenhuma contra-proposta à nossa reivindicação", afirmou o líder militar. Informações não-oficiais dão conta que o soldado Simas deverá ser punido por liderar o aquartelamento. Os militantes aquartelados prometem radicalizar novos protestos na cidade, caso os líderes do movimento sejam punidos. No interior do Estado, o tenente-coronel Jairo Sales, comandante do 3º Batalhão sediado em Arapiraca, determinou a prisão de 60 militares, entre cabos, soldados e sargentos, que se recusaram a fazer o patrulhamento das ruas. Há ameaças de prisões também em Maceió, onde se concentra a maior parte de militares aquartelados. As ruas de Maceió e das principais cidades do interior do Estado estavam nesta sexta sem policiamento ostensivo. Na próxima terça-feira, 24, está prevista uma reunião com o secretário estadual de Administração, Adriano Soares, que poderá definir os novos rumos da negociação. Caso não seja apresentada uma proposta, PMs e bombeiros voltarão a se reunir em assembléia e votarão por novo aquartelamento, dessa vez por tempo indeterminado.

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