Polícia acredita ter encontrado Pedrinho, seqüestrado há 16 anos

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Por Agencia Estado
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O resultado do exame de DNA é a última prova que a Policia Civil do Distrito Federal espera para confirmar que, desta vez, localizou Pedrinho. Há mais de 16 anos, o bebê Pedrinho, com apenas um dia de vida, foi levado de um hospital particular da cidade por uma mulher que se identificou como assistente social. ?É como estar em um túnel escuro sem achar a saída?, definiu Jairo Tapajós, pai do seqüestrado, ao comentar a angústia e a dor que transformaram a vida dele e de sua mulher Maria Auxiliadora Braule Pinto. Esta é a sexta vez que um possível Pedrinho faz o exame de DNA. Mas policiais estão convencidos de que, agora, estão diante do verdadeiro filho de Jairo e Maria Auxiliadora por causa das semelhanças físicas. ?Ele é a minha cara?, confirma Jairo, que conheceu o rapaz por fotos. Ele informa ainda que o suposto Pedrinho tem os dedos dos pés desiguais no tamanho e no formato, como os da família de sua mulher, e mesmo tipo sanguíneo (O +) de Maria Auxiliadora. Cauteloso, porém, aguarda o resultado do exame de DNA, que a polícia promete divulgar hoje. Jairo conversou nesta quinta-feira por telefone com Junior, o rapaz que mora no interior de Goiás e a polícia suspeita ser o Pedrinho. Na conversa, o auditor da Receita Fesderal convenceu o rapaz a fazer o exame para tirar a dúvida. ?Não tenho certeza de nada, mas você se parece comigo e continuar na dúvida não será bom para nenhum de nós dois?, argumentou Jairo, que promete visitar o rapaz, independentemente do resultado do exame. De início, Junior se recusou a fazer o exame por receio de descobrir não ser filho do homem que sempre conheceu como pai e que morreu no mês passado. Ele deixou herança para Junior, e uma suposta disputa entre a família pode ter resultado na denúncia ao SOS Criança sobre a localização de um garoto que seria o Pedrinho. O diretor da divisão de comunicação da Polícia Civil do Distrito Federal, Miguel Lucena Filho, revelou que o seqüestro de Pedrinho está ?atravessado na garganta da instituição policial?. Mas insiste que nenhum caso é insolúvel. E cita o exemplo de Marcelo Bauer, assassino confesso da namorada, que levou 14 anos para ser encontrado, na Dinamarca. ?O caso Pedrinho foi um trauma para sociedade?, resume o diretor. A seqüestradora tirou Pedrinho do quarto do hospital em que ele estava com a mãe e a avó. A mulher disse que precisaria levar o bebê para fazer exames. Segundo Lucena Filho, a família de Goiás recebeu o bebê na mesma semana em que Pedrinho sumiu. O diretor conta que Junior tinha as mesmas medidas do desaparecido.

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