Polícia apresenta outro culpado pela morte de Albano Reis

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Polícia do Rio surpreendeu ao esclarecer hoje as circunstâncias da morte do deputado estadual Albano Reis (PMDB), atropelado na Rodovia Rio-Santos (BR-101), em Itaguaí (RJ), no último dia 18. Em entrevista coletiva na sede da Polícia Civil, o subchefe José Renato Torres desmentiu o delegado Evandro Farias, da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), que teria divulgado ontem o nome de José dos Reis Oliveira como o atropelador confesso do deputado. O verdadeiro responsável pelo atropelamento é o polonês naturalizado brasileiro Bogdan Sztebergier, de 61 anos, identificado por policiais de Itaguaí. Farias foi exonerado. Após checar várias denúncias, o delegado titular da 50.º DP (Itaguaí), Antenor Martins Júnior, chegou até Sztebergier, que trabalha como mecânico de barcos em Itaguaí. Ele foi visto chegar em casa por vizinhos na noite do acidente com o carro danificado. No quintal da casa dele, os policiais encontraram uma borracha usada para fixar pára-brisas suja de sangue e com fios de cabelo. Após dar versões desencontradas sobre o destino de seu carro, o mecânico foi levado para a delegacia de Itaguaí, onde confessou ter atropelado o deputado. De acordo com o delegado, Sztebergier contou que tentou desviar de um carro que seguia na contra-mão com faróis altos e acabou atropelando o deputado no acostamento em alta velocidade. Albano Reis foi levado no capô do carro dele por cerca de 100 metros. O mecânico parou o automóvel e retirou o corpo do deputado, fugindo sem prestar socorro. Ele disse aos policiais que ficou muito assustado e por isso decidiu abandonar o corpo no asfalto. Diante da repercussão do caso e das desconfianças da família de que o deputado pudesse ter sido assassinado, Sztebergier decidiu queimar o automóvel, um Santana Quantum, numa localidade conhecida como Serra do Pilito, a cerca de 50 quilômetros do local do atropelamento. O carro foi recuperado ontem pela polícia. Torres exibiu fotos do veículo, que condiz com os fragmentos encontrados pela perícia no local. A polícia ouviu ainda um amigo de Sztebergier, Robson Melo Abreu, que estava de carona na noite do acidente. Apesar de ter confessado o atropelamento e o abandono da vítima, Sztebergier não está preso. Sem flagrante, ele deve responder pela morte do deputado em liberdade. A omissão de socorro servirá apenas como agravante no caso de uma condenação por homicídio culposo, aumentando de um 1/3 até a metade da pena, que pode variar de 2 a 4 anos de prisão. Ele também poderá responder pela tentativa de omitir provas. Mesmo com a confissão e o depoimento da testemunha, um teste de DNA será feito nos fios de cabelo e no sangue encontrados na borracha para fundamentar tecnicamente o atropelamento. "A polícia sempre trabalhou com homicídio culposo e estava certa ao descartar assassinato, como acusava a família. Sztebergier é uma pessoa de bem, mora há anos em Itaguaí. Naquela estrada escura e sem iluminação, o atropelamento foi involuntário", disse Torres.

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