A Polícia Civil informou nesta terça-feira que está apurando se a morte de dois travestis, executados com tiros na cabeça, está relacionada com preconceito ou intolerância. Júlio Eduardo Pereira Gomes, de 24 anos, e Diogo Francisco de Oliveira, de 23, foram mortos no domingo, em Sorocaba, a 92 quilômetros de São Paulo. Os corpos foram encontrados na estrada dos Martins, a 15 quilômetros do local onde teriam sido abordados, numa avenida da cidade. Eles vestiam roupas femininas e usavam maquiagem. A delegada Simona Scarpa Anzuino, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) disse que os dois travestis estavam de joelhos, com as mãos sobre a cabeça quando receberam os tiros. Ela disse que, no mesmo local, outras quatro pessoas foram executadas anteriormente, em duplas. O procedimento foi praticamente o mesmo. As outras vítimas não eram travestis, mas tinham ligações com o tráfico de drogas. A mãe de Gomes afirmou na polícia que o filho era usuário de cocaína e vinha recebendo ameaças. Parentes de Oliveira, porém, disseram que ele não consumia drogas. A delegada investiga uma possível vingança por dívida de drogas, mas não descarta a hipótese de intolerância. Uma organização não-governamental que apóia os travestis está auxiliando nas investigações. Com estes, são quatro os travestis assassinados este ano na cidade. Os dois casos anteriores já foram esclarecidos pela polícia.