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Polícia confirma briga entre Ubiratan e a namorada

Namorada disse em depoimento que os dois brigaram na noite de sábado porque Ubiratan teria recebido um telefonema de uma mulher, por volta das 18 horas

Por Agencia Estado
Atualização:

A Polícia Civil confirmou na tarde desta segunda-feira, 11, uma briga entre o coronel da reserva da Polícia Militar, Ubiratan Guimarães, deputado estadual pelo PTB, e a namorada dele, a advogada Carla Cepollina, 42 anos, na noite de sábado, 09, mas negou que haja uma linha de investigação. Ubiratan Guimarães foi encontrado morto por volta das 22 horas deste domingo, 11, em seu apartamento nos Jardins, em São Paulo. Ele levou um tiro na região do abdome. A informação foi passada durante depoimento informal de Carla no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na manhã desta segunda-feira. Ela teria dito que os dois brigaram na noite de sábado porque Ubiratan teria recebido um telefonema de uma mulher, por volta das 18 horas. Há informações de que os dois passaram o dia juntos numa hípica. De acordo com a reportagem da Rádio Eldorado AM,já foram ouvidos os funcionários do prédio onde ele morava e também vizinhos. Carla deverá depor por volta das 10 horas desta terça-feira no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Para o delegado-geral da Polícia Civil, Marco Antonio Desgualdo, nenhuma hipótese deve ser descartada, mas ele não acredita em uma ação do crime organizado pela forma como o assassinato ocorreu. "Não havia sinal de arrombamento, tão pouco luta. As coisas estavam em ordem dentro da casa, tudo no lugar. Agora é chegar na autoria, a quem interessava", declarou Desgualdo. Ainda conforme a Rádio Eldorado AM, Carla foi a última pessoa a ver o deputado. O delegado Armando de Oliveira Costa Filho, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) prefere, no entanto, não apontar suspeitos. "Eu não descarto nada, eu volto a repetir que nenhuma linha de trabalho está descartada", observou Costa Filho. Ele também confirmou que um revólver calibre 38 desapareceu do apartamento do coronel Guimarães. Porém, segundo Filho, somente a perícia poderá confirmar se o tiro que causou a morte do coronel coincide com o calibre da arma levada. A polícia também informou que recolheu seis armas do coronel Ubiratan: quatro revólveres, uma pistola semi-automática 765 e uma espingarda calibre 12. Crime O corpo do deputado foi encontrado em seu apartamento nos Jardins no fim da tarde de domingo por dois assessores e a perícia concluída por volta das 3h30 desta segunda-feira, 11, mostrou que o deputado estava morto há mais de 20 horas. A porta dos fundos estava aberta e nada foi levado do apartamento - o coronel tinha R$ 180 na carteira e dois revólveres expostos no bar, perto de onde o corpo foi encontrado. Enterro O corpo do deputado foi enterrado na tarde desta segunda-feira no do Horto, em São Paulo. Cerca de 800 pessoas participaram da cerimônia, entre familiares, amigos do deputado e alguns militares. Ele foi velado no Regimento de Cavalaria 9 de Julho, na Luz, centro de São Paulo. Carandiru Em 2001, Ubiratan Guimarães, que comandou a ação contra a rebelião no Carandiru, onde morreram 111 presos em 1992, foi condenado a 632 anos de prisão. Em 15 de fevereiro deste ano, conseguiu absolvição no Órgão Especial do Tribunal de Justiça, alegando que houve erro no voto dos jurados. Ubiratan Guimarães estava em seu segundo mandato como deputado estadual. Ele foi eleito com 56 mil votos, e sua volta à Assembléia Legislativa já era dada como certa, principalmente depois da onda de ataque do PCC. (Colaborou Paulo Baraldi)

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