PUBLICIDADE

Polícia continua sem pistas sobre a morte de bicheiro no Rio

Por Agencia Estado
Atualização:

Familiares do bicheiro Waldemir Paes Garcia, o Maninho, assassinado na terça-feira, não comparecerem hoje à delegacia do Tanque, na zona oeste do Rio, para prestar depoimento. A delegada Adriana Belém, responsável pelo caso, só conseguiu ouvir um tio de Maninho, que pediu para que a família fosse ouvida em outra ocasião por ainda estar muito abalada com o crime. Na noite anterior, o personal trainner do bicheiro, conhecido como Feu, foi ouvido. "Até agora nenhum depoimento acrescentou algo novo à investigação", disse a delegada, cuja principal linha de apuração é a de que o crime foi uma execução planejada. Maninho foi atingido por três tiros de fuzil quando saía de uma academia em Jacarepaguá, na zona oeste. Ele se preparava para sair em sua moto estacionada na porta da academia quando foi morto. Hoje, a delegada foi até a academia para tentar assistir a fita do circuito interno de TV nos equipamentos da academia. Ontem, ela tentara ver as imagens na delegacia, mas a visualização é difícil. No entanto, a delegada já afirmou que a câmera que fica do lado de fora da academia não captou a cena do crime. Adriana Belém também espera a quebra do sigilo do celular de Maninho, que teria falado ao telefone poucos minutos antes de morrer. Para a polícia, a principal suspeita para as motivações do assassinato é a disputa por pontos de jogo do bicho e máquinas caça-níqueis. Maninho, que dominava a contravenção em vários bairros da cidade estaria se aventurando na zona oeste, área de outros contraventores. Outra suspeita é de que o bicheiro estaria contrariando interesses de traficantes instalando máquinas caça-níqueis em favelas. Considerado um homem violento e arrogante, Maninho tinha muitos inimigos, o que dificulta o trabalho da polícia. A morte dele deve desencadear uma disputa pelo domínio das suas cerca de 1.400 bancas de bicho no Rio. Já o delegado Ricardo Teixeira, que apura a morte do ex-capitão da PM Thadeu Fraga no Complexo Penitenciário da Frei Caneca, disse que, apesar de os crimes terem acontecido no mesmo dia, a morte do preso não tem relação com a de Maninho. "Foi uma coincidência", disse. Fraga estava preso pelo assassinato do filho do ex-prefeito de Teresópolis, Mário Tricano, que poderia ter tido Maninho como mandante por causa de brigas ligadas ao jogo do bicho na cidade.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.