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Polícia cria cadastro para combater a máfia nigeriana

Por Agencia Estado
Atualização:

De janeiro de 2001 até hoje, 32 nigerianos foram detidos por crimes de narcotráfico em Santa Ifigênia e Liberdade (centro), Santana, Freguesia do Ó, Vila Penteado e Vila Brasilândia (na zona norte), Artur Alvim e Itaquera (na zona leste). Com esses traficantes, a polícia apreendeu cerca de 62 quilos de droga. É um número pequeno de casos, considerando que o presidente da Comunidade Nigeriana, Beruk Chikaeze Nwabasili, de 52 anos, estima que só na capital paulista vivam entre 3.500 e 4 mil imigrantes. Mas um levantamento minucioso do Setor de Inteligência do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) revela que as conexões da máfia nigeriana estão sendo ampliadas. Esse estudo da polícia paulista, segundo o diretor do Denarc, Ivaney Cayres de Souza, aponta que o objetivo dos nigerianos é dominar o abastecimento dos microtraficantes. Inteligentes, sabem que são visados pela polícia e não se expõem. Aproveitam uma estrutura internacional - que usa cocaína importada da Colômbia - para atingir o mercado local. Com o objetivo de combater e reprimir essa organização, o Serviço de Inteligência do departamento elaborou um cadastro dos nigerianos, brasileiros e estrangeiros ligados à máfia, presos nos últimos sete anos. São mais de 300 nomes. Cada ficha fornece um raio X do criminoso: fotografia, dados pessoais, endereço residencial e da detenção, antecedentes criminais e droga traficada. A polícia afirma que investigar e prender os nigerianos, não é uma tarefa fácil. Além da diferença de língua, trabalham "em células", em várias quadrilhas, sem um comando único. "Isso dificulta a localização e a identificação do líder", diz o delegado Souza. Cumbica - Mesmo com todos esses truques utilizados pelo narcotráfico, de janeiro até quinta-feira a Polícia Federal prendeu 58 mulas (pessoas alistadas para levar drogas) - 49 estrangeiros e 9 brasileiros - no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Todos tentavam embarcar com cocaína (165 quilos no total) para o exterior, principalmente para a Europa. Metade dos detidos disse estar a serviço da máfia nigeriana.

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