
16 de janeiro de 2020 | 18h01
Atualizado 20 de janeiro de 2020 | 18h49
BELO HORIZONTE - A Polícia Civil de Minas Gerais cumpriu mandado de busca e apreensão em uma empresa de Contagem, na Grande Belo Horizonte, que seria a fornecedora de pelo menos uma das substâncias encontradas na cerveja Belorizontina, da Backer, e em sua fábrica no bairro Olhos D'Água, Região Oeste da capital. Segundo as investigações da corporação, as substâncias encontradas na bebida e na fábrica são o dietilenoglicol e o monoetilenoglicol, ambos utilizados, normalmente, em sistemas de refrigeração de fábricas do setor cervejeiro.
O dietilenoglicol é apontado como possível causa da morte de quatro pessoas que teriam consumido a Belorizontina. "Recolhemos amostras, alguns documentos na continuidade da operação", afirmou o delegado responsável pelas investigações, Flávio Grossi. Segundo o policial, a empresa é fornecedora de produtos que "envolvem toda a cadeia de investigação, da contaminação inclusive", continuou.
Também nesta quinta-feira, um ex-funcionário da Backer e um ex-funcionário de empresa fornecedora da cervejaria prestaram depoimento. Segundo a polícia, o ex-funcionário da empresa fornecedora foi apresentado pela Backer. Os nomes das testemunhas não foram revelados.
De acordo com a polícia, os advogados da Backer "tiveram amplo acesso à produção desta prova (depoimento), tendo, inclusive a oportunidade de fazer perguntas, levando cópias dos depoimentos", informou a corporação. "Cumpre ressaltar que tanto o monoetilenoglicol e dietilenoglicol são substâncias tóxicas e foram encontradas em todos os materiais recolhidos e analisados até o presente momento."
Não havia confirmação se o ex-funcionário da Backer que prestou depoimento é o mesmo que teria ameaçado um supervisor da empresa ao ser demitido, conforme boletim de ocorrência registrado na Polícia Militar em 19 de dezembro do ano passado.
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