Polícia descobre fábrica de metralhadoras em SP

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma fábrica de metralhadoras calibre 9 milímetros com silenciador foi descoberta na tarde de hoje pela Polícia Civil, no centro do município de Ferraz de Vasconcelos, Grande São Paulo. Os responsáveis pelo local vendiam por mês 50 metralhadoras e diziam aos compradores - ladrões e traficantes - que as armas eram produzidas nos Estados Unidos, chegavam ao Paraguai em peças e eram montadas na oficina. Duas agendas com nomes e números de telefones de possíveis compradores foram apreendidas. Duas pessoas acabaram sendo presas: Vanderlei Cipriano, de 27 anos, e Eliezer Ferreira, de 37, o Zuza. A polícia acredita que outras três pessoas estejam envolvidas no crime e seriam as verdadeiras donas da fábrica. "Achamos armas montadas e desmontadas, munição e máquinas", disse o delegado Lupércio Antonio Dimove, do 32º Distrito Policial (Itaquera). A prisão de um assaltante com uma metralhadora, no fim de semana, levou os policiais até Ferraz de Vasconcelos. O ladrão indicou aos policiais o local onde comprara a metralhadora por R$ 5.000,00. Quando os investigadores entraram na oficina, Ferreira e Cipriano trabalhavam na montagem de duas metralhadoras. "Eles estavam fabricando cópias de uma metralhadora americana e vinham agindo havia mais de um ano", garante Dimove. A polícia acredita que mais de 600 metralhadoras foram fabricadas na oficina e estão em mãos de criminosos. Os policiais acharam 20 silenciadores, 28 suportes, 152 carregadores, cinco metralhadoras já montadas, 30 empunhadeiras, 56 molas, munição para o teste e dezenas de peças para montagem. "É um verdadeiro arsenal a serviço do crime." A polícia acredita que a maioria das peças era confeccionada na oficina. Havia ainda dois tornos para o preparo dos canos e silenciadores. Cipriano e Ferreira, que foram autuados em flagrante por porte e fabricação clandestina de armas, disseram ter recebido oficina, armas e peças de um parente morto no ano passado. "Não souberam dizer para quem estavam fabricando as metralhadoras e para quem entregariam as que estavam prontas", disse o delegado. O que surpreendeu os policiais foi a chegada, no DP, meia hora após a prisão, de dois advogados, que orientaram Cipriano e Ferreira a nada declarar. Os investigadores deverão solicitar à Justiça que peça à Telefônica dados sobre os donos dos números que estão anotados na agenda.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.