Polícia discorda de números oficiais de violência

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Por Agencia Estado
Atualização:

Em estado de greve e em guerra com o governo estadual, a Polícia Civil contestou os números oficiais da violência durante o carnaval, afirmando que o número de homicídios ocorridos na região metropolitana do Recife, neste período, foi de 77 e não de 40 como divulgou a Secretaria estadual de Defesa Social. "O governo está escondendo a verdade na intenção de desviar a atenção da população e dizer que o sistema de segurança está funcionando no Estado", afirmou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco, Henrique Leite. "É só abrir os arquivos do Instituto Médico Legal (IML) para se comprovar que o nosso número é o correto". Os policiais civis estão insatisfeitos com a junção das duas polícias - civil e militar - numa única Secretaria e com o recente aumento salarial de 21% concedido aos policiais militares que não foi estendido aos civis. A categoria faz assembléia na próxima quinta-feira à noite, quando poderá decretar greve. O governo do Estado decidiu não polemizar, mas mantém os números oficiais. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Defesa Social, os dados da violência divulgados foram colhidos pela própria polícia civil. Dessa forma, o questionamento do Sinpol seria em relação ao trabalho realizado por colegas. A Secretaria de Defesa Social afirma ter recebido a estatística de duas fontes: polícia civil e IML, coletados das 18 horas da sexta-feira às 8 horas da Quarta-feira de Cinzas. A polícia civil informou sobre a ocorrência de 40 homicídios, enquanto o IML registrou 56, dos quais 16 vieram de hospitais, referindo-se a agressões ocorridas antes do período carnavalesco. Considerando apenas os dados oficiais, o número de assassinatos aumentou 33% em relação ao carnaval de 2000, quando foram registrados 30 homicídios. Os casos de furtos cresceram 200% (126 em 2000 e 392 em 2001), enquanto os roubos diminuíram de 303 no ano passado para 185 neste ano.

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